18/10/2019 as 17:12

INCÔMODO

Mau cheiro no bairro 13 de Julho continua incomodando à população

Segundo informações, tem dias em que o mau cheiro está mais forte do que outros

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Muitos não devem saber, mas, o bairro 13 de Julho, em Aracaju, no passado era uma praia onde muitos utilizavam para ter boas horas de lazer. Com o tempo, o espaço foi se modificando e sendo tomado pelas grandes construções, até se transformar em um dos bairros mais nobres da capital. A cena hoje também é completamente diferente do que um dia já fora a Praia Formosa, que junto com o calçadão da 13 de Julho possuem uma extensão de aproximadamente 2,5km, sendo então utilizada pela população aracajuana como um todo para a prática de esportes e atividades físicas.

Os grandes prédios da elite aracajuana exibem uma faixada que toma conta de toda a extensão da avenida Beira Mar, e a pergunta que não quer calar é: como esses moradores conseguem conviver com o mau cheiro da região? Muitos dizem que a situação piorou depois da construção do Calçadão da Praia Formosa. O ponto mais crítico, é a ponte que divide os dois calçadões.

“Nossa, esse cheiro é insuportável. Eu passo por aqui de carro e, mesmo com as janelas fechadas e o ar-condicionado ligado, o fedor entra. Outro dia decidi fazer uma caminhada aqui e fiquei impressionada com o mau cheiro. Perguntei à minha colega se não incomodava ela, e ela disse que já estava acostumada. Eu não sei se me acostumaria com isso”, reclamou a baiana Fabiana Tavares.

De acordo com a presidente da Comissão dos Direitos Urbanísticos e Ambientais da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB), Seccional Sergipe, Robéria Silva Santos, vários fatores podem estar implicando na situação. Desde o assoreamento do mangue, bem como questões relacionadas aos canais da região.

“Dentre outros fatores, a ausência de um tratamento eficaz dos efluentes sanitários pode ser a causa do mau cheiro. Por isso é responsabilidade do Estado implantar redes de esgotamento sanitário não somente na cidade de Aracaju, mas, em todo o estado. Porque os efluentes sanitários só devem ser lançados após serem tratados. E isso é de acordo com a norma legislativa, afim de evitar a poluição, que é crime previsto na Lei 9.605/1998, cuja pessoa jurídica pode vir a ser responsabilizada. Além disso, tem o dever também do particular, de ligar o lançamento à rede de esgotamento sanitário pública”, explica.

A assessoria de comunicação da Companhia de Saneamento de Sergipe, Deso, informa que existe tratamento em toda a rede de esgotamento sanitário do Estado. “Temos estações de tratamento de esgoto equipadas para fazer tratamento de forma eficiente”, ressalta.

Ainda conforme a assessoria do órgão, a questão se torna complexa, pois envolve também os condomínios particulares da região, contudo, reitera que não é de competência da Deso realizar fiscalizações sobre irregularidades.

No que compete à Prefeitura Municipal de Aracaju, que é a limpeza dos canais, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) informa que o trabalho da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira faz de forma intensa, regular e preventiva. Inclusive, a última limpeza do canal da Praia Formosa, com utilização do método mecanizado, que ocorre 1 vez por mês, aconteceu nos dias 25 e 26 de setembro. Já no canal da avenida Anízio Azevedo, a Emsurb ressalta que a limpeza é realizada com tela de contenção a cada 15 dias nas próximidades do Constâncio Vieira, e a limpeza com método manual, ocorre a cada três meses. 

 

|Reportagem: Laís de Melo

||Fotos: Jadilson Simões