13/07/2018 as 08:33

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EDITORIAL: Por que ignoramos os riscos?

Mesmo com campanhas na TV, grande parcela do público que deveria se vacinar não procura os postos de vacinação.

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A temporada de chuvas e baixas temperaturas em Sergipe tem produzido um cenário que, na verdade, é visto em todo o país: postos de saúde e emergências de hospitais estão lotados com doenças respiratórias. E muitos estariam imunes se tivessem tomado a vacina. O Ministério da Saúde estima que mais de seis milhões de pessoas, que pertencem aos chamados grupos prioritários, ainda não se vacinaram contra a gripe este ano.

Gestantes e crianças foram os que menos procuraram as salas de imunização, com cobertura de 76,4% e 73,6%, respectivamente. Ao todo, 493.710 grávidas e 3,3 milhões de crianças com idade entre seis meses e cinco anos ainda não receberam a dose. Mesmo com campanhas na tevê, grande parcela do público que deveria se vacinar não procura os postos de vacinação.

Mais de 50 milhões de pessoas foram imunizadas. Desse total, 20,2 milhões são idosos; 4,4 milhões, trabalhadores da saúde; 2,2 milhões, professores; 358,9 mil puérperas (até 40 dias de pós-parto); e 643,3 mil, indígenas. Conforme o balanço, em todos esses grupos atingiu-se a meta de vacinação, fixada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 90%.

Desde o dia 25 de junho, os municípios que ainda tinham doses da vacina contra a gripe disponíveis estenderam a imunização também para crianças de cinco a nove anos e para adultos de 50 a 59 anos, conforme recomendação do Governo Federal. Nesses dois grupos já foram aplicadas 997.182 doses, sendo 411.474 em crianças e 585.708 em adultos.

O Sudeste é a região com menor cobertura vacinal contra a gripe até o momento: 84%. Em seguida estão o Norte, com 85%; o Sul, com 90,3%; o Nordeste, com 94%; e o Centro-Oeste, com 99,1%. Entre as unidades federativas, atingiram a meta de imunização Goiás (106,6%), Ceará (104%), Amapá (100%), Distrito Federal (97,3%), Espírito Santo (96,5%), Pernambuco (95,3%). Sergipe, com 92%, está nessa lista. Roraima, com 66,7%, e Rio de Janeiro, com 75,6%, tiveram os piores índices.

Até o dia 6 de julho, foram registrados 4.226 casos de influenza em todo o país, com 745 óbitos. Desse total, 2.538 casos e 495 óbitos foram por H1N1, além de 889 casos e 127 óbitos por H3N2. Além disso, há 317 registros de influenza B, com 44 óbitos e outras 482 notificações de influenza A não subtipado, com 79 óbitos.

Outros casos que preocupam são o sarampo e a poliomielite. O Ministério da Saúde fez um alerta sobre a importância da vacinação de crianças contra o sarampo e a poliomielite. Em algumas partes do mundo a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade.

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus. Atualmente, entretanto, o país enfrenta surtos de sarampo em Roraima e no Amazonas, além de casos já identificados em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Rondônia e no Rio de Janeiro.

Vacine. E leve ao posto de saúde quem precisa ser vacinado. Não ignore os riscos.