07/11/2018 as 07:59

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EDITORIAL: Pelo legalismo

Jair Bolsonaro vem assumindo nesta fase pós-eleitoral um discurso mais aberto.

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Ontem, em sua primeira visita ao Congresso Nacional depois de eleito presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro disse que é responsabilidade de todos manter a constituição. Ele vem assumindo nesta fase pós-eleitoral um discurso mais aberto, dando um tom democrático e de respeitador das leis. Assim, está desfazendo a imagem de antidemocrático.


Ele fez esse discurso de defesa da constituição na sessão solene ocorrida na Câmara dos Deputados, em homenagem aos 30 anos da constituição federal. Bem oportuna a falação, principalmente quando os comentários de respeito às leis atingem a sua imagem dentro e fora do país. Ao menos dava a entender que estaria acima das leis.


Os seus opositores colocam diariamente nas redes sociais e outras mídias possíveis iniciativas que virão no governo Bolsonaro, a partir de janeiro de 2019. Entre os destaques estariam o aumento das contribuições previdenciárias, cortes de recursos das instituições federais de ensino acoplada ao possível fim das eleições para reitores e fim de programas de financiamento de pesquisas, entre outras coisas. Ele ainda não se posicionou sobre isso.


Há quem diga ainda que os programas sociais, como o Bolsa Família, por exemplo, serão extintos. Mas o presidente eleito não afirmou isso. Apenas declarou que esses programas serão usados para atender realmente aqueles que precisam, que passam por necessidades.


Contrariando o que diz a oposição, ele pretende anunciar a participação de mulheres em seu governo nas próximas horas. Tem dez ou doze vagas em aberto para o primeiro escalão e ele garantiu que com toda certeza vai ter mulher nas novas nomeações.


Na verdade, Bolsonaro desconstrói a imagem de homem rude e grosseiro para mostrar-se um político que estaria propenso a trabalhar um projeto de nação conservadora, mas atuando sempre dentro do que estabelece a carta magna.


Mas está claro que medidas duras para a superação da crise econômica virão, a exemplo de um rígido controle de gastos e privatizações de empresas, sejam elas lucrativas ou não.


A superação das dificuldades econômicas, o combate à violência, ao desemprego e melhorias da saúde e da educação vão estar entre as prioridades do futuro governo.