08/11/2018 as 07:40

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EDITORIAL: Momento inoportuno

O STF aprovou um reajuste de 16% no salário dos ministros da Corte para 2019.

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Antes mesmo de ser empossado no cargo de presidente da República, Jair Bolsonaro já se vê diante de sérios problemas e vem se posicionando publicamente. Ainda ontem, ele se expôs falando sobre o reajuste salarial do Judiciário.


Bolsonaro disse que vê com “preocupação” a possível aprovação do reajuste dos salários no Judiciário e incluindo aumento também para a Procuradoria-Geral da República para 2019. Deixou claro o desejo de rejeição no parlamento.


Ele declarou que espera que o Parlamento, por sua maioria, decida da melhor maneira possível essa questão. A declaração foi feita logo após o café da manhã no Comando da Aeronáutica. “Obviamente não é o momento [para esse aumento de despesa]”. Momentos depois, ele se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.


Em agosto, o STF aprovou um reajuste de 16% no salário dos ministros da Corte para 2019. O salário atual é de R$ 33,7 mil e com o aumento passará para R$ 39,3 mil por mês. Conforme o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o eventual aumento terá impacto mensal de R$ 18,7 milhões (R$ 243,1 milhões em um ano).


O presidente eleito se antecipou à reunião que faria com a equipe de transição e chegou de carro ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete, a menos de oito quilômetros da Esplanada dos Ministérios. Um helicóptero militar acompanhou o comboio no trajeto.


Bolsonaro reiterou que deve haver uma responsabilidade conjunta em busca de soluções para a crise instalada no país. Ele comentou que está em jogo o futuro do Brasil. Estamos em profunda crise ética, moral e econômica e a responsabilidade tem que ser dividida por todos.


Diante do quadro de crise vivido pelo país, o reajuste do Poder Judiciário parece inoportuno.