EDITORIAL: O Nordeste unido

Os governadores do Nordeste pretendem se encontrar amanhã, quarta-feira, 21, em Brasília. Eles se reunirão com o objetivo discutir uma pauta de prioridades da região e levá-la ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. Os chefes do Executivo dos nove Estados querem apresentar propostas concretas para beneficiarem a região e questões de interesses específicos de cada unidade da federação.

As negociações em bloco podem ser vantajosas para todos os Estados, que terão também as suas pautas específicas. Segurança pública e previdência, por exemplo, são pautas em comum. Os nove Estados são vítimas da insegurança e da crise em suas previdências. Aliás, são problemas brasileiros.

As dificuldades financeiras dos Estados também devem estar na ordem do dia. As unidades federativas nordestinas têm sido duramente atingidas pela crise econômica e os governadores têm dificuldades para pagar os salários de seus servidores e respeitar os contratos feitos com empresas prestadoras de serviços.

Mas os governadores não devem se ater somente a essas questões. Será necessário que eles defendam a conclusão das obras de duplicação da BR-101. Esse é um problema que persiste há mais de 20 anos e a solução interessa toda a população. É preciso uma solução.

Uma outra questão importante para os nordestinos é a viabilização de novos perímetros irrigados para gerar emprego e renda, além de alimentos, para dezenas de municípios carentes e duramente atingidos pela seca.

Como a água do Rio São Francisco tem Sergipe e Alagoas como os últimos beneficiários antes de atingir o Oceano Atlântico, seria bom para esses dois Estados uma pauta reivindicatória conjunta. Mas vale lembrar que Sergipe tem interesse em viabilizar o seu Canal de Xingó, que garantiria água e produção agrícola em alguns dos municípios mais secos e pobres.

Os nove governadores do Nordeste precisarão assumir um discurso que sensibilize o presidente Jair Bolsonaro e faça com que ele pense a região como prioridade de investimentos para o desenvolvimento. Afinal, a disputa eleitoral já acabou e todos devem descer de seus palanques. É hora de somar esforços pelo Brasil.