14/01/2019 as 11:55

Opinião

Adilson Barreto

Albano Franco Presidente da CNI, senador e governador. Conselheiro Emérito da CNI, é membro do Conselho Superior de Economia da Fiesp e da Academia Sergipana de Letras

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Ao assumir a presidência da CNI, em dezembro de 1980, cuidei de me cercar não apenas de técnicos, especialistas e dirigentes do setor industrial, mas, também, de pessoas amigas, sensatas e detentoras de experiências nas complexas relações empresariais. E, na intuitiva seara das comunicações interpessoais, ninguém melhor para me ajudar do que Adilson Roberto Franco Barreto, especialista em fazer amigos e clientes com sua proverbial simpatia e ampla competência como profissional do comércio, onde se destacou como sócio da firma Irmãos Figueiredo, especializada em vestuários e artigos masculinos e, ainda, como dirigente lojista durante muitos anos. Dificilmente, alguém sairia sem adquirir algum produto da ampla e sortida loja localizada no lado esquerdo do primeiro trecho da Rua João Pessoa se fosse atendido por Adilson Barreto.

Ele era um senhor vendedor, um craque na arte da negociação! Na década de 1970, com seu leal companheirismo e firme apoio eleitoral, iniciei minha carreira de líder sindical, ao ser eleito presidente da Federação da Indústria do Estado de Sergipe - FIES. Posteriormente, nos 14 anos em que presidi a Confederação Nacional da Indústria – CNI, Adilson Barreto, na condição de sindicalista de larga visão e na qualidade de representante da FIES, foi um protagonista ativo e com presença marcante nas reuniões de Diretoria, do Conselho de Representantes e nas Comissões Temáticas das quais participava sempre com uma opinião abalizada sobre assuntos relacionados com os problemas que atravancavam o crescimento das pequenas e médias empresas, que ele conhecia muito bem, e que se constituía no principal objetivo da nossa política enquanto presidente da CNI.

Nesse sentido, foi decisiva sua participação, com ideias e sugestões, especialmente na área tributária, ao documento elaborado pela CNI e encaminhado ao então ministro Hélio Beltrão, da Desburocratização, e que serviu de subsídios ao Projeto de Lei Nº 16/84, que, aprovado pelas Casas do Congresso e sancionado pela Presidência da República, se transformou na Lei Nº 7256, de 27/11/1984, que ficou popularmente conhecida nos meios empresariais como o Estatuto da Microempresa ao estabelecer um tratamento diferenciado às micro, pequenas e médias empresas nas áreas tributária, administrativa, previdenciária, creditícia e de desenvolvimento empresarial. Logo em seguida, a Lei Complementar Nº 48, de 10/12/1984, estabeleceu normas de isenção do ICM e do ISS.
Membro de tradicional família de empresários, edificadores do desenvolvimento econômico de Sergipe, seu pai, Paulo Figueiredo, foi presidente da FIES, seu irmão Marcelo, também conceituado empresário lojista, Francisco, engenheiro e hoteleiro, e Luciano, engenheiro civil e construtor renomado, que há 50 anos, fundou a Construtora Celi, uma das mais importantes empresas de construção civil do Brasil, e o Instituto Luciano Barreto Júnior, moderna entidade de inclusão digital da maior importância e de grande amplitude social.
Falecido na última terça-feira, dia 8, quero, neste momento de perda e de dor, externar meu pesar a seus irmãos, a sua esposa Cândida e filhos e demais membros de sua honrada família, ressaltando a amizade que nos unia e a admiração que tinha por Adilson Barreto, uma das melhores figuras humanas de minha geração.