18/01/2019 as 07:37

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EDITORIAL: Sergipe em crise

Há um quadro caótico na arrecadação do Estado e por causa disso o governo enfrenta dificuldades para honrar os seus compromissos salariais

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Os governadores de Estados brasileiros iniciaram visitas aos ministérios em Brasília para pedir ajuda e viabilizar suas gestões. De pires em mãos e péssimas histórias para contar, eles têm marcado presença, principalmente, no Ministério da Economia para propor renegociações de dívidas.


Para tornar possível o sonho da renegociação, eles estão se dispondo a aplicar em seus Estados as mesmas normas que o Governo Federal estabelecer para a Previdência e até mesmo se manifestam determinados a reduzirem as máquinas administrativas de seus Estados.


O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, está marcando audiência com o presidente Jair Bolsonaro para os primeiros dias de fevereiro. Quer colocar em pauta o arrendamento da Fafen e os royalties do pré-sal da Petrobras. São dois bons temas para o Estado.


Mas Sergipe tem muitos outros problemas, a exemplo de o Estado assumir mensalmente um déficit de R$ 100 milhões com a sua Previdência, a violência presente em todos os 75 municípios e a crise na saúde, entre outros.


Há um quadro caótico na arrecadação do Estado e por causa disso o governo enfrenta dificuldades para honrar os seus compromissos salariais com os mais de 40 mil servidores, aposentados e pensionistas e o pagamento de serviços prestados por empresas e fornecedores.


Belivaldo vai a Brasília de pires em mãos. Sergipe vive um momento ruim gerado pela crise econômica que atinge o país e não tem indicativos de que superará essa fase logo. Não há previsão e não se vê uma luz no fim do túnel.


A saída sempre lembrada é a privatização do Banese e da Deso. Isso renderia pouco mais de R$ 2 bilhões, recursos que seriam gastos em três ou quatro meses e o quadro de crise teria continuidade após esse período.


Na verdade, estamos à deriva.