23/01/2019 as 07:31

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O Rádio como guardião da nossa sergipanidade



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Os mais recentes trabalhos relacionados ao estudo da caminhada humana, especificamente às mudanças que cada indivíduo passa desde a infância até a fase adulta, requer uma expectativa que deve atender a interface de conhecimentos muito distintos, possivelmente a Sociologia seja a mais adequada para ajudar a compreender que estamos cada vez mais dimensionando, refletindo e absorvendo as situações que vivenciamos no nosso cotidiano e, muitas vezes, nos enchemos de angústias e aflições face aos acontecimentos criados, pulverizados ou fomentados pela chamada grande mídia.


A revolução tecnológica potencializou e, de certa forma, democratizou a informação, muitos de nós agem no automático sem refletir, não só as ideias como as ações também e, sem perceber como e porque, tomamos determinadas atitudes impulsivamente, e quando o indivíduo deixa de atuar com a reflexão intuitiva, significa que o raciocínio emotivo já tomou conta das decisões, impedindo qualquer possibilidade de perceber as motivações ocultas, geralmente condicionadas ao erro e ao arrependimento, quando não prejuízos sociais e profissionais.


Com o avanço das novas tecnologias as informações passaram a fazer parte do dia-a-dia das pessoas, divulgando tudo o que se passa no mundo inteiro, proporcionando um, até então não visto, intercâmbio cultural global, nesse sentido, com o acesso as mais variadas informações os indivíduos tanto tomam conhecimento como produzem opiniões, formadas a partir dos meios de comunicações, com destaque para as Redes Sociais.


Já ao Rádio, esse maravilhoso canal de entretenimento do homem moderno, cabe o papel de guardião da cultura regional, ele deve ser usado como ferramenta educacional no processo ensino-aprendizagem, através das musicas, dos programas jornalísticos, do fomento ao debate, de vitrine a produção acadêmica, de janela para nossos artistas locais, como ferramenta de divulgação dos nossos valores, da nossa poesia, da nossa culinária, das nossas danças, dos nossos trajes, do nosso sotaque, enfim, da nossa história.


É perfeitamente possível fazer um Rádio diferente da mesmice que ocupa quase todo nosso dial, fugindo dessa competição insana pela liderança de audiência e sendo apenas um mero condutor ou amplificador de manifestações culturais de outras regiões, é necessário um Rádio, cuja programação, tenha alma e conteúdo focado nos elementos culturais locais, que seja apresentado com nossa alegria, que mostre a realidade da nossa sociedade de forma criativa, gostosa, envolvente, participativa e democrática, onde o cidadão não seja apenas espectador ou somente ouvinte, um Rádio onde o sergipano tenha o sentimento de pertencimento, um Rádio cidadão é possível sim!

Valter Albano/radialista e publicitário