24/05/2019 as 09:35

Opinião

EDITORAÇÃO: Fake news (também) mata!

Notícias falsas e “especialistas” dando depoimentos contra prejudicam o alcance da campanha.

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Além de lutar contra as dificuldades que sempre atrapalharam a vacinação no Brasil, como o isolamento de algumas comunidades, as autoridades sanitárias começam a enfrentar mais problemas, e desta vez tem a ver com as redes sociais. Notícias falsas e “especialistas” dando depoimentos contra prejudicam o alcance da campanha.


Todos os dias fake news sobre vacinas se espalham nas redes sociais, agindo como uma doença. Um exemplo de informações falsas é de que elas, as vacinas, “matam pessoas”. Na assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, o diretor-executivo da Gavi, Seth Berkley, disse haver um forte consenso científico a respeito da segurança das vacinas. E que as notícias falsas deveriam ser banidas das redes sociais.


A OMS afirma que a imunização insuficiente está causando surtos de sarampo globais, cujos números estão atingindo picos em países que estavam quase livres da doença, incluindo os Estados Unidos. 


A desinformação sobre vacinas, que a OMS diz salvarem dois milhões de vidas por ano, não é uma questão de liberdade de expressão, e as empresas de redes sociais precisam tirá-la da internet.


No Brasil, a vacinação contra a gripe teve baixa adesão. A campanha até agora imunizou apenas 56% do público-alvo. A gripe pode agravar outras doenças e levar a um grande número de internações e a população precisa entender que a vacina é necessária.


Um dos casos mais preocupantes é o Rio de Janeiro, que tem o menor índice de vacinação do país (38,2% de adesão). O Estado ainda enfrenta a tuberculose, com números altíssimos, e a vacina contra a gripe ajuda a combater essa outra doença.


O Ministério da Saúde tem chamado a atenção das pessoas, pedindo para que se vacinem, mas a resposta não tem sido satisfatória. Há muita bobagem postada nas redes sociais sobre vacinas, especialmente a vacina contra a gripe. Uma das mais conhecidas é de que a vacina causa a gripe, deixa a pessoa doente.


A vacina está disponível, de graça, nas unidades de saúde de todo o país. Para diminuir a circulação do vírus no país é preciso que todas as pessoas que fazem parte do público prioritário da campanha se vacinem.

Entre a população prioritária, as puérperas registraram a maior cobertura vacinal, com 288,6 mil doses aplicadas, o que representa 81,9% deste público, seguido pelos idosos (72,2%), funcionários do sistema prisional (71,3%), indígenas (70,7%) e professores (65,7%).

Os grupos que menos se vacinaram foram os profissionais das forças de segurança e salvamento (24%), população privada de liberdade (32,2%), pessoas com comorbidades (54%), trabalhadores de saúde (60,9%), crianças (61,5%) e gestantes (63,2%).
A campanha nacional de vacinação contra a gripe vai até o dia 31 de maio. O público-alvo da campanha inclui 59,5 milhões de pessoas, entre elas crianças até cinco anos e gestantes.