EDITORIAL: Reforma projeta Maia

A Câmara Federal poderá concluir hoje a votação em dois turnos da proposta de emenda à Constituição (PEC 6/19) da reforma da Previdência. O plenário retomou os trabalhos ontem para votar os destaques ao texto-base. Anteontem, 10, à noite, o plenário aprovou o texto original da reforma da Previdência por 379 votos a favor e 131 contra.

Na votação de anteontem, os deputados rejeitaram um destaque que pretendia retirar os professores da reforma da Previdência. Por 265 a 184, com duas abstenções, os parlamentares decidiram manter as regras para os professores que constam no texto-base.

Maia gastou boa parte de seu tempo, ontem, com a negociação com líderes partidários sobre destaques e emendas. Os destaques mais aguardados são o que aumenta a aposentadoria para as trabalhadoras da iniciativa privada e o que suaviza as regras de aposentadorias para policiais e agentes de segurança que servem à União.

O presidente da Câmara também disse não ter garantia de que um destaque do PDT, que diminui a idade mínima de aposentadoria dos professores da ativa para 52 para as mulheres e 55 anos para os homens, será rejeitado pelo plenário.

As propostas relacionadas a essa categoria são difíceis, mas destacou que, se for aprovado, o impacto fiscal ao longo dos dez anos não é tão elevado.

O comando das negociações e das votações têm projetado o nome de Rodrigo Maia para a composição de uma chapa presidencial em 2022. Amigos e aliados dizem que há uma certa aproximação entre ele e o governador de São Paulo, João Dória.

Os dois negam essa possibilidade de organização antecipada de uma chapa presidencial. Mas Dória já promove São Paulo na mídia nacional. Nitidamente há desejo de estar no páreo em 2022. Pode até ser com Rodrigo Maia.