22/01/2020 as 12:30

Opinião

EDITORIAL: Uma volta às origens

A organização considera como “razoável” o índice de 15% dos nascimentos por meio de cesárias. No Brasil, 55,6% do total de partos realizados anualmente são cirúrgicos.

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EDITORIAL: Uma volta às origens

Profissão milenar, a parteira volta a ser reconhecida e começa a atrair o interesse de mulheres em todo o país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que cerca de 140 milhões de nascimentos acontecem todos os anos, a maioria sem complicações para mulheres e bebês. A organização considera como “razoável” o índice de 15% dos nascimentos por meio de cesárias. No Brasil, 55,6% do total de partos realizados anualmente são cirúrgicos.

Para reverter esse cenário, a Agência Nacional de Saúde (ANS) realiza campanha voltada para gestantes e profissionais de saúde sobre os riscos da realização de cesáreas desnecessárias. Um dos objetivos é reduzir as altas taxas de cesarianas no país e também melhorar a experiência da maternidade para mães e bebês.

Embora seja a única alternativa em diversos municípios, o parto normal e domiciliar auxiliado por parteiras ainda é cercado de mitos e desinformação. Para reverter esse cenário, mulheres que atuam na área buscam regulamentação e visibilidade para se consolidar como alternativa segura e natural.

Segundo a ANS, o parto normal favorece o vínculo do bebê com a mãe, fortalece o sistema imunológico e melhora o ritmo cardíaco e sanguíneo do bebê, além de favorecer o aleitamento e promover a recuperação pós-parto mais rápida.


Muitas parteiras hoje aliam o conhecimento biomédico às práticas tradicionais, como aplicação de massagens para aliviar as dores do parto e o uso de chás com plantas medicinais. E os partos feitos em casa costumam ter taxas altíssimas de acertos, são sempre bem sucedidos. A taxa de transferência de mães e bebês para o hospital está abaixo de 2% – semelhante ao registrado pelas parteiras japonesas.


Em geral, a gestante que opta pelo parto domiciliar com parteiras também faz o acompanhamento com uma profissional da área médica. O pré-natal inclui toda avaliação padrão, como acompanhamento de pressão sanguínea da mãe, crescimento do bebê, altura uterina e auscultação dos batimentos cardíacos do bebê. Há casos em que a gestante mantém as consultas regulares com médico obstetra.