04/05/2018 as 11:27

Investigação

Homicídio de transexual foi motivado por suposto sumiço de dinheiro

Dois homens foram presos como principais suspeitos de cometer o crime.

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira, 4, a coordenadora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Thereza Simony, da Polícia Civil de Sergipe (PC/SE), apresentou detalhes da investigação que resultou na prisão de dois homens. Eles são os principais acusados de cometer o homicídio que vitimou a transexual Denise Sollony. A coletiva aconteceu na sala de imprensa na sede do DHPP. De acordo com informações divulgadas, o crime foi motivado por suposto sumiço de dinheiro.

As investigações resultaram nas prisões de Naelson Araújo Fonseca, 24 anos, e Adilson Porto Silva Filho, 28 anos. De acordo com as informações apresentadas, Adilson adentrou a casa da transexual na noite de 24 de junho de 2017 e efetuou os disparos. “Denise foi morta por dois indivíduos que estavam em uma motocicleta. Um deles desceu da moto, o Adilson, pulou o muro e efetuou os disparos”, declarou a coordenadora do DHPP.

Adilson já tem passagem pela polícia por cometer os delitos de furto de carro e violência doméstica. De acordo com as informações passadas pela delegada, a prática do crime foi motivada por suposto sumiço de dinheiro. “A mãe do Adilson era amiga da Denise e havia saído com ela certa noite e a Denise, supostamente, teria furtado um dinheiro da bolsa da Ângela. Eis a razão da prática desse delito. Essa foi a motivação que nós apuramos durante a investigação”, declarou a delegada Thereza Simony.

No caso, a linha de investigação ficou definida após uma entrevista do delegado Mário Leony, responsável pelo fato, à TV Sergipe, falando sobre a homofobia. Na oportunidade, Leony levou o caso da Denise, cujo houve grande repercussão. Com isso, houve um chamado no Disque Denúncia, em que foi notificada a participação do Adilson. “Não há dúvidas sobre a autoria do crime ser do Adilson. Com relação ao Naelson, ele confessa que emprestou a motocicleta e afirma que não sabia que seria para a prática do crime. Só tomou conhecimento após, quando o Adilson retornou com o outro indivíduo e chegou a confessar a prática do crime ao Naelson”, afirmou a delegada.

Quanto a arma do crime, a delegada informou que ainda não se sabe qual foi a arma utilizada. “Durante a interceptação telefônica, com o apoio da Depol, foi descoberto que o Adilson está envolvido também com outras práticas delitivas, dentre elas o tráfico de armas. Vamos aprofundar a investigação do tráfico de armas em um inquérito a parte”, disse a delegada Thereza.

Tanto o Adilson, quanto o Naelson vão responder por homicídio qualificado. Entretanto, as investigações continuam. “Como está ainda no prazo da temporária, vai ser apurado a real participação do Naelson, para averiguar se ele foi apenas um partícipe ou se ele coautor. O Adilson não confessa a prática do crime, então nós não sabemos qual foi a arma utilizada. Por isso, estamos aprofundando a investigação para saber qual a arma e realizar a apreensão. Averiguando essas questões, no final concluiremos o inquérito e encaminharemos a Justiça”, completou a coordenadora do DHPP.