14/12/2018 as 09:29

Dados/Ambev

Trânsito mata 469 pessoas em Sergipe

Motociclistas lideram as estatísticas de óbitos; dados são do relatório “Retrato da Segurança Viária”

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Trânsito mata 469 pessoas em SergipeFoto: Marco Vieira

Em 2016, 469 pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito em Sergipe. Destas, a maior parte era de motociclistas (59%), seguidos por vítimas de acidentes de automóvel (18%) e pedestres (14%). Os números mostram que o cenário vem melhorando: de 2015 para 2016, o número absoluto de fatalidades caiu 14%. Mesmo assim, atualmente o índice de mortos por 100 mil habitantes está em 20,7, acima da média nacional, que é de 18,4 por 100 mil habitantes.


Os dados são da quinta edição do relatório “Retrato da Segurança Viária”, desenvolvido pela Cervejaria Ambev em parceria com a consultoria de gestão Falconi, com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito.


Para comentar os dados, o JORNAL DA CIDADE conversou com o diretor de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Thiago Alcântara, que explicou que vários fatores estão envolvidos num acidente de trânsito: ingestão de bebida alcoólica, distração, excesso de velocidade, imprudência etc.


“Por exemplo, o horário, se é dia ou noite, não é um fator predominante para a causa de um acidente, pelo menos aqui em Aracaju é o que apontam os dados estatísticos. Mas há alguns locais onde mais acontecem acidentes, como a Avenida Beira Mar, Tancredo Neves e Desembargador Maynard. E nem sempre esses acidentes envolvem excesso de velocidade, às vezes ele pode estar associado ao uso do celular, porque o condutor acaba tirando uma das mãos do volante e ele também perde o reflexo. Dessa forma, o acidente pode estar associado a vários fatores”, comentou.


Alcântara informa ainda que a SMTT possui um núcleo de estatística que procura colher o máximo de informações possíveis sobre as ocorrências, tentando pegar o máximo de detalhes sobre as vítimas, como sexo, idade, se é pedestre, ciclista, condutor etc.


“Esses dados são importantes para podermos traçar nosso planejamento de fiscalização. Em Aracaju, o controle do excesso de velocidade ocorre 24h, com o auxílio de fiscalização eletrônica. Além disso, um dado que chama atenção é que os atropelamentos ocorrem muito com a população idosa, por diversos fatores, como percepção, reflexo e mobilidade reduzida”.


Para ajudar na conscientização da população, o órgão realiza diversas palestras com a população aracajuana. São conversas realizadas em escolas, empresas públicas e privadas. “São várias ações realizadas com o público externo para reforçar a importância da educação no trânsito. No ano todo ações são realizadas. Além disso, atendemos solicitações de colégios e empresas para que levemos nossas palestras sobre educação e assim possamos contribuir para a conscientização e consequentemente a redução dos dados de acidentes”, reforçou Thiago.


Perfil de maior risco
Segundo a pesquisa, com exceção do Sul e Sudeste, os motociclistas lideram as estatísticas de óbitos em todas as regiões do país. Tais mortes, que em 2015 correspondiam a 39% do total, saltaram para 41%. Em números absolutos, 12.086 motociclistas morreram em 2016, um aumento de 101,6% nos últimos 12 anos. No mesmo período, a frota de motos teve um salto de 210%. A vida de apenas 41 deles foi poupada em comparação com 2015. As duas regiões citadas acima também são as únicas em que a proporção de acidentes fatais com motos não cresceu na comparação anual.


Entre os principais fatores de risco estão dirigir sob o efeito de álcool, excesso de velocidade, não usar capacete (motociclistas e ciclistas), não usar o cinto de segurança e não usar as cadeirinhas para crianças. Segundo a ONU, a chave para a redução da mortalidade no trânsito é garantir que os países participantes atuem, sobretudo, no combate a essas cinco situações.