Casos de dengue aumentaram 170%

Foto: André Moreira/Arquivo JC

Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de casos prováveis de dengue em Sergipe cresceu 170% em comparação com janeiro de 2018. Até o dia 2 de fevereiro, o Estado notificou 27 casos da doença. No mesmo período de 2018, foram registrados 10 casos de dengue. Dados mais recentes sobre a situação da infestação nos municípios sergipanos e também em Aracaju estão sendo coletados e devem ser divulgados nos próximos dias. No entanto, tanto a Secretaria Municipal quanto a de Estado da Saúde estão em alerta, porque a ocorrência de novos casos cresce consideravelmente neste período do ano.

A gerente do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, explica que os dados do MS são retirados através de informações fornecidas pela Secretaria. “Realmente houve um aumento considerado por conta do período em que estamos vivendo, muito calor e chuvas influenciam para que esse vetor leve um tempo menor da sua fase de ovo para fase adulta. Por isso, os cuidados devem ser redobrados”, comentou.

De março até maio é um período crítico e de alerta, por isso a SES vem chamando a atenção dos gestores municipais para que intensifiquem os trabalhos, visitando as coisas, identificando possíveis criadouros e notificando os casos suspeitos. É fundamental que se acompanhe também junto às unidades de saúde ocorrência de casos suspeitos e reclamações da população sobre surgimento de vetores (muriçoca), além de analisar a condição ambiental”.

O gerente do Programa do Controle do Aedes aegypti de Aracaju, Jeferson Santana, explica que o os agentes de endemias visitam as residências e coletam dados sobre a possível incidência de larvas. “Durante a coleta do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), nós visitamos os imóveis de cada quarteirão procurando detectar a presença de larvas do Aedes aegypti. Essas larvas coletadas são encaminhadas ao laboratório no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que vai confirmar se realmente são do Aedes ou algum outro mosquito. É a partir desse levantamento que a SMS vai traçar mais as ações de combate ao mosquito e intensificar os trabalhos nos bairros onde os índices ficarem elevados”, enfatizou.

Ainda segundo o gerente, são realizados aos sábados pela manhã mutirões em parceria com os agentes de endemias. “A cada 15 dias escolhemos bairros onde o LIRAa já mostrou que há maior risco de incidência e realizamos um trabalho de campo com orientações a população sobre os riscos do Aedes. Percebemos que temos que ter maior atenção principalmente com os bairros Cidade Nova, Industrial e Santo Antônio, pois esses locais sofrem com a falta de água, o que faz com que as pessoas armazenem água em bacias, baldes, tonéis, ou seja, um ambiente propício ao aparecimento das larvas do mosquito”, revelou Jeferson.

Sintomas da dengue
A infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Deixe sua casa
livre do mosquito
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto dos seres humanos. Com hábitos diurnos, o mosquito (apenas a fêmea) se alimenta basicamente de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer, para se reproduzir. A reprodução acontece em água parada (limpa ou suja), a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados em água e distribuídos por diversos criadouros.

Saiba como deixar sua casa livre do mosquito da dengue: tampe os tonéis e caixa d’água; mantenha as calhas sempre limpas; deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo; mantenha lixeiras bem tampadas; deixe ralos limpos e com aplicação de tela; limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia; limpe com escova ou bucha os potes de água para animais e retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.