22/03/2019 as 13:39

EDUCAÇÃO

Defensoria Pública conscientiza alunos de escola pública sobre a Lei Maria da Penha

Foi destacado o papel da instituição e a importância do tema nas escolas na questão da valorização e prevenção

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Defensoria Pública conscientiza alunos de escola pública sobre a Lei Maria da PenhaFoto: Ascom DPESE/Divulgação

 

Como parte da programação do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, a Defensoria Pública do Estado realizou palestra sobre os aspectos jurídicos e psicológicos da Lei Maria da Penha para alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Fausto Cardoso, no município de Simão Dias. A ação faz parte do projeto “Defensoria Pública nas Escolas”.

A palestra foi ministrada pela defensora pública do Núcleo da Mulher, Richesmy Libório e pela psicóloga do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública (Ciaps/DPE), Syrlene Besouchet.

A defensora pública titular da Defensoria de Simão Dias, Carla Caroline de Oliveira, destacou o papel da instituição e a importância do tema nas escolas na questão da valorização e prevenção. “Nós, como grandes militantes dos direitos humanos pelo papel institucional que desempenhamos, temos a função de conscientizar a população sobre seus direitos. A escola é um ambiente perfeito onde os cidadãos estão sendo formados, ou seja, são homens e mulheres em formação para a vida que precisam entender quais os seus direitos e que determinadas condutas não devem ser admitidas. O papel do homem em um relacionamento dentro da família é de parceiro, companheiro e não proprietário da mulher. O contato com a Lei Maria da Penha vai despertar a conscientização na adolescência”, pontuou.

Para a diretora do Colégio, Vera Cristina Carvalho, a palestra é de grande importância para que os adolescentes possam saber como lidar com os problemas.   “No ano passado tivemos casos gritantes, onde nossa secretária foi agredida por alguns adolescentes que entraram armados com o intuito de matar. Eles precisam aprender a conviver com o outro e parar com essa intolerância onde as pessoas não sabem ouvir, conversar e ficam ligados em internet. O adolescente precisa entender que pode resolver os problemas sem precisar ferir, matar ou denegrir a imagem da mulher. Palestras como essa tem um grande significado na vida dos adolescentes e só temos a agradecer à Defensoria pelos ensinamentos trazidos aos estudantes. São ações como essa que devem fazer parte do calendário das escolas”, destacou.  

A estudante do 2º ano, Ysabela de Jesus silva, relata um caso de violência na família e diz que a palestra foi bem específica ao tema. “Diferentemente de outras palestras que participei, essa foi bem esclarecedora e mostrou que a mulher não pode ter medo, ser sempre submissa ao homem e deixar que o agressor imponha sempre o que quer. Infelizmente tenho caso na minha família, onde minha prima passou por muita agressão psicológica e quando tentava sair do relacionamento o marido usava o filho para atingi-la. Ele chegou ao ponto de pegar e carro e tentar se matar com o filho dentro”, relatou.  

Já o estudante do 2º ano, Nelson Alves de Jesus, desconhecia a violência psicológica. “Muita coisa que a defensora pública falou não sabíamos que se tratava de violência psicológica. Durante a palestra um colega disse que muitas mulheres gostam de apanhar, o que discordo porque muitas se submetem a isso porque acham que merecem em virtude da pressão psicológica que os parceiros fazem. Com o conhecimento que adquiri nessa palestra posso ajudar alguém da família, uma colega ou uma vizinha que esteja sofrendo violência, conscientizando-a sobre os direitos, afinal, não sofre somente a mulher, mas a família toda”, disse.

Participaram também do evento a diretora do Núcleo da Mulher, Elvira Loreza; o secretário de Educação de Simão Dias, Luiz Alberto Cezar; diretor, coordenador, professores e representantes dos CRAS I e II.

Foto: Ascom DPESE