17/07/2019 as 08:53

SEM RECURSOS

UFS corre risco de não reabrir após férias

Limites orçamentários destinados à instituição de ensino federal permanecem bloqueados pelo MEC.

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UFS corre risco de não reabrir após fériasFoto: Jadilson Simões/Equipe JC

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) corre o risco de não retornar às atividades após o período de férias dos estudantes caso os limites orçamentários destinados à instituição permaneçam bloqueados. No dia 30 de abril, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que o bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais valia para todas as universidades e institutos do país. Algumas instituições, como a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também preveem suspensão das atividades caso não ocorra o desbloqueio das verbas.


Os alunos estão preocupados com a incerteza do futuro na instituição. “É inevitável que não fiquemos amedrontados e atentos com a incerteza da continuidade do sistema de ensino superior público, gratuito e de qualidade diante das recentes ações tomadas pelo atual governo com relação à destinação de verba para a manutenção das universidades. Estou no penúltimo período do curso de Jornalismo, que se encerra agora em setembro e, confesso, que tenho receio do que possa acontecer com esses cortes de verba tão ferrenhos”, desabafa o estudante Samuel Santos.


Mesmo com o receio do fechamento da Universidade, alguns alunos mantêm a esperança, como pontua Talisson Souza, estudante do 7º período de Comunicação Social: “Acredito, ou acabo tendo esperança, que as portas das Universidades públicas não se fechem, mas me preocupa como elas conseguirão se manter com poucos investimentos. Além do mais, estamos diante da ameaça de privatização, o que fará com que pessoas que, assim como eu, de baixa renda, possam nem ter acesso a um ensino superior. Estou na reta final do meu curso, mas tem muita gente aí querendo ter acesso ao conhecimento a uma formação e isso pode ser interrompido”.


De acordo com o pró-reitor de planejamento da UFS, Dr. Rosalvo Ferreira, a situação da universidade vem sendo avaliada mensalmente e nesta próxima semana será realizada uma nova análise do quadro real de orçamento disponível, bem como a capacidade de empenho da instituição.
“Haverá riscos de interrupção das atividades de apoio se os limites orçamentários continuarem bloqueados”, afirma o pró-reitor. Segundo ele, a principal luta de todas as Universidades Federais atualmente é para o desbloqueio das contas.


Na Bahia, a UFBA teve R$ 48 milhões bloqueados e está funcionando em horário especial para economizar água e energia. Além disso, a instituição suspendeu 300 bolsas de monitoria de R$ 400, que seriam pagas a alunos no segundo semestre, e reduziu a limpeza de áreas externas, conforme informações divulgadas no portal UOL.


Em São Paulo, a Unifesp teve cortes de aproximadamente 34,5% e também está sofrendo com os bloqueios, podendo suspender as atividades no segundo semestre. No Rio de Janeiro, a nova reitora da UFRJ falou no início desse mês sobre a necessidade de reverter ao contingenciamento de verbas do MEC, pois a instituição corre o risco de ficar sem energia elétrica, já que a conta de luz não está sendo paga desde janeiro.