Aposentados vão receber a primeira parcela do 13º

Foto: André Moreira/Arquivo JC

Está previsto para segunda-feira, 26, o início do pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário aos aposentados. Em Sergipe, 295 mil pessoas inativas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) aguardam o recebimento do benefício, que injetará cerca de R$ 185 mi na economia sergipana, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Luis Moura, economista do Dieese, revela que do total de 295 mil aposentados no Estado nove mil recebem menos que o mínimo; 60 mil recebem entre um e cinco salários; 2.315 recebem entre cinco e dez salários e apenas 21 pessoas recebem mais que dez salários. “Esta é uma notícia muito boa para os aposentados. No Brasil são 30 milhões e no Nordeste eles somam 7,8 mi. Aqui a grande maioria ganha menos ou o equivalente a um salário mínimo”.

Sobre a circulação desse dinheiro no mercado, Moura pontua que o total de aposentados em Sergipe injeta na economia R$ 371 milhões, sendo que a metade disso vai ser proveniente do pagamento do décimo terceiro, cerca de R$ 185 milhões que serão inseridos na economia sergipana.

“E a decisão do aposentado de como utilizar esse recurso, invariavelmente, será para o pagamento de dívidas, pois a grande maioria que recebe até um salário é composta por pessoas simples que dificilmente consegue fazer algum tipo de poupança. Imagine uma pessoa que ganha R$ 998, ela vai receber R$ 490 a mais por conta da antecipação do décimo, então, ou ela vai pagar uma dívida ou vai destinar para uma despesa extra”, coloca.

De fato, este dinheiro vai propiciar um impacto positivo, principalmente no interior, pois segundo o economista, o pagamento das aposentadorias rurais acaba movimentando o comércio do município. “O aposentado do interior vai no mercadinho e quita a dívida, porque ele sabe que tem crédito ali, é uma pessoa que costuma honrar seus compromissos. A antecipação já vem acontecendo em anos anteriores e a grande maioria vem pagando os débitos, mas é claro que uma parcela desse total de recurso também vai para o consumo. E mesmo aqueles que vão pagar a dívida acabam se habilitando para uma nova, isso é uma rotina para os que ganham muito pouco, já que grande parte dos aposentados ganha até um salário mínimo”, concluiu.

Por Grecy Andrade/Equipe JC