08/11/2019 as 11:52
NordesteApesar disso, meteorologista aponta que 13 cidades já apresentam seca leve ou moderada
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De acordo com relatório do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, atualizado nesta quinta-feira, 7, nove municípios sergipanos estão em situação de emergência devido à ausência de chuvas. E esse número pode aumentar com a chegada do verão.
Na verdade, atualmente, 13 cidades estão nessa situação. Porém, em quatro delas, a questão emergencial é proveniente do período de intensas chuvas entre os meses de junho e julho. São elas: Riachuelo e Santa Rosa de Lima, com inundações, e Japaratuba e Nossa Senhora Aparecida com chuvas intensas.
Segundo Edivaldo Santos, gerente técnico do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, existe um trâmite para a decretação do estado de emergência que engloba as esferas municipal, estadual e o governo federal.
“O município percebendo que as áreas, tanto rural quanto urbanas, sofrem esse tipo de situação, ele faz uma decretação de emergência por estiagem por um período de seis meses. Após isso, persistindo a estiagem, eles fazem um novo pedido já com a evolução para a seca. O município faz e pede a homologação do Estado, através da Defesa Civil, que, automaticamente, é enviado a Brasília para ver se está dentro dos parâmetros da Instrução Normativa 02/2016. Somente após esse processo, o município está apto a receber recursos, material forrageiro, carros-pipas e cestas básicas quando preciso”, explica Edivaldo.
Estão em situação de emergência decorrente da seca os municípios de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto, Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Poço Verde, Frei Paulo, Monte Alegre e Gararu. Até a última quarta-feira, 6, também fazia parte dessa lista o município de Pinhão.
Toda essa operação de combate à seca vem sendo atendida pelo Exército, através da Operação Pipa Federal, que assiste com 50 caminhões-pipas a uma população de quase 64 mil pessoas (63.879).
O meteorologista Overlan Amaral, da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, avalia que, com a chegada do verão, a situação deve se agravar.
“Todo o semiárido está muito quente. Esse período de primavera para o verão reduz as chuvas, ascende a estiagem e, por vezes, a depender do período chuvoso anterior, se apresenta seco. Como o período chuvoso nosso, que é de abril a agosto, o nosso inverno, foi acima da média extraordinária, você ainda mantém, expressivamente, factualmente, climaticamente, o sentido das chuvas. As aguadas ainda têm água, com reservas de pastagens e alimentos. Você tem um estado de seca leve a moderada. Todo o semiárido está dessa forma. A estiagem e a deficiência hídrica, que se resume em seca, vai se ampliando cada vez mais”, aponta Overlan.
Ainda segundo o meteorologista, apresentam seca leve os municípios de Tobias Barreto, Simão Dias, Pedra Mole, Pinhão, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes e Gararu. Já para seca moderada, as cidades apontadas são Monte Alegre, Porto da Folha, Poço Redondo, Canindé de São Francisco e Poço Verde.
Apesar do estado de alerta, ainda não existe a necessidade de entrada da Defesa Civil Estadual para agir nessas áreas, uma vez que não há indícios de dessedentação animal.
Segundo o Monitor de Secas, no mês de setembro, em Sergipe, as maiores chuvas ocorreram na região litorânea e na porção sul, com totais mensais superiores a 80mm em alguns lugares. No restante do estado os índices pluviométricos foram, geralmente, abaixo de 40mm.
Além disso, uma anomalia positiva (fraca) só foi observada na porção sul. As anomalias negativas também foram fracas, mostrando que as chuvas ocorridas acompanharam a climatologia (baixa). Pela análise dos indicadores e dos produtos de apoio não foi possível realizar qualquer alteração no quadro de seca do estado.