05/02/2020 as 14:43

SETOR IMOBILIÁRIO

Cresce venda de imóveis usados

Mas, os novos apresentam maiores vantagens aos consumidores

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Conforme dados da Associação de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o financiamento dos imóveis usados cresceu 77%, enquanto o de novos caiu 7% em 2019, o que demonstra que a recuperação do setor imobiliário está sendo puxada pela venda dos imóveis usados.

Diferentemente do que vinha acontecendo nos últimos anos, em período de crise no setor, quando a venda dos imóveis novos alavancou. De acordo com o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Sergipe (Creci/SE), Sérgio Sobral, o mercado imobiliário passou a apresentar crescimento no estado de novembro para cá.

“A economia está começando a melhorar. As pessoas estão mais motivadas. As pessoas estão comprando mais, tanto novo, como usado. Porém, de fato, os imóveis usados estão saindo mais mesmo”, avalia o presidente. 

Ainda conforme Sérgio, há uma tendência maior de compra a partir de agora, porque estão mais baratos, e a preferência pelos imóveis usados se dá, principalmente, por conta disso. “Os preços caíram em média 20% nos imóveis usados. Mas, isso é normal durante essa época, de os preços diminuírem. Vale lembrar que o mercado imobiliário representa 19% do PIB, então é um segmento de grande representação. Quando ele começa a aquecer, movimenta toda a economia. É muito abrangente”, reitera.

Os imóveis novos apresentam maiores vantagens

Apesar de os dados apontarem crescimento na venda de imóveis usados, corretores afirmam que o crescimento maior de vendas é para os imóveis novos, principalmente porque estes apresentam maiores vantagens na hora do financiamento, conforme explica a corretora de imóveis, Cinthia Rocha. 

“Quando o cliente opta por um empreendimento novo, ele vai negociar diretamente com a construtora. E hoje, muitos empreendimentos novos têm bastante facilidade com taxas de ITB e cartório, que a construtora dá. Muitos estão prontos para morar, e é onde o cliente tem a facilidade da construtora. Diferente do que seria com um imóvel usado”, afirma a corretora.

Ainda conforme Cinthia, existem taxas com juros menores para imóveis novos. Inclusive, a Caixa Econômica reduziu os juros para alguns imóveis de R$ 160 para R$ 170 mil. “Eu tive algumas experiências com os usados, em que a Caixa condenou o imóvel, por causa do prédio. Então o cliente paga a taxa de engenharia de R$ 750 reais, e corre o risco de o imóvel não estar dentro dos limites de crédito da Caixa”, explica.

Segundo Cinthia, estima-se cerca de nove lançamentos de construtoras diferentes para 2020. “Praticamente imóveis abaixo de 200 mil. Esse é o público que mais está comprando, de popular a médio”, avalia.

|Reportagem: Laís de Melo

||Fotos: André Moreira