05/06/2020 as 09:05

NOTÍCIAS FALSAS

Delegada orienta como proceder e identificar “fake news”

Com a pandemia, prática está se tornando uma preocupação ainda maior

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As notícias falsas estão circulando a todo momento, nos sites, nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp. O Brasil vive um boom de fake news desde as últimas eleições no país, e com a chegada do novo coronavírus a prática se intensificou, tornando-se uma preocupação ainda maior, pois estudos apontam a existência de empresas que atuam especificamente com a divulgação de notícias falsas na internet.

Segundo a coordenadora da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, Rosana Freitas, fake news é considerado crime quando está relacionado ao processo eleitoral, envolvendo políticos, do qual a Polícia Federal é responsável pela investigação.

“Por outro lado, uma notícia falsa pode configurar crime contra a honra, como injúria, calúnia, difamação. Nesse caso, é a Polícia Civil que apura, porém não é catalogado como fake news. O que está previsto na legislação até recente, em relação às fake news, configura crime eleitoral, quando a criminalidade se deu com o objetivo de espalhar mentiras sobre determinado candidato”, explica a delegada.

No entanto, é possível combater a disseminação de fake news e para isso a delegada Rosana orienta a população a se manter sempre alerta sobre o que recebe, e levar em consideração apenas o que é veiculado pela imprensa e pelos órgãos oficiais. 

“Nós orientamos que leia a notícia até o fim, pois muitas vezes nas notícias falsas o título e o subtítulo não condizem com o texto. Cheque a fonte, o site, o autor do conteúdo; canais oficiais utilizam links padronizados, com o ‘.gov’. Caso tenha dúvidas, digite o título e detalhes da notícia em um site como o Google. Se ela for importante, provavelmente estará em outros sites de notícias”, detalhou.

Ainda conforme a delegada, erros de português numa notícia podem ser um indício de que ela seja falsa, e é necessário também conferir a data da publicação. “Sempre desconfie de matérias sensacionalistas, pois veículos de comunicação com baixa credibilidade tendem a publicar notícias que despertam a curiosidade do leitor por meio do sensacionalismo. Portanto, a dica é evitar este tipo de conteúdo”, pontuou.

Outro importante alerta feito para a população é que repassar notícias falsas também pode responsabilizar criminalmente o autor do compartilhamento. “Pedimos à população que só compartilhe se tiver certeza de que a informação é verdadeira. A pessoa é responsável pelo que compartilha e pode responder criminalmente caso o conteúdo repassado seja falso”, alertou a delegada.

A população também pode reportar conteúdos falsos encontrados nas redes sociais, como complementou Rosana Freitas. “Na maioria das redes sociais é possível classificar o conteúdo suspeito como ‘falso’. Ao fazê-lo, o conteúdo poderá ser removido da rede”. Caso haja dúvidas de como proceder quanto a situações que envolvam notícias falsas, o cidadão também pode entrar em contato com o Depatri, pelo telefone (79) 3194-3100.

|Da redação do JC

||Foto: André Moreira