09/07/2020 as 12:45

COMO CUIDAR

Entenda quais sintomas, diagnóstico e tratamento para incontinência urinária

Com um bom diagnóstico é possível saber o tratamento adequado. Entenda melhor, na matéria abaixo

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As mulheres são bastante suscetíveis a doenças urológicas, seja por conta da gestação e do parto, seja pela chegada da menopausa ou até mesmo pela anatomia do órgão genital feminino. Além da incontinência urinária, as infecções urinárias de repetição são bastante comuns no sexo feminino. O que pouca gente sabe é que ambos os problemas devem ser tratados por um urologista.  

Incontinência urinária, principalmente em sua forma mais grave, pode causar impacto na qualidade de vida da mulher, comprometendo aspectos sociais, físicos e sexuais da paciente. Existem vários tipos de tratamentos, alguns até mesmo realizados por fisioterapeutas, com exercícios para fortalecer a região pélvica, e nos casos mais graves, o tratamento também pode ser cirúrgico. Outra modalidade de tratamento pode ser a aplicação de botox na bexiga. Segundo o médico especialista Amintas Arimateia, para definir o tratamento adequado em casos de incontinência urinária, é preciso ter um bom diagnóstico.

“Incontinência urinária pode ser um sintoma ou pode ser a doença em si. Ocorre principalmente na falta de capacidade da pessoa de segurar a urina para fazer adequadamente no toalete. Às vezes pode ser uma incontinência por urgência, tem vontade, e não consegue chegar e eliminar a urina. Como pode ser uma incontinência de esforço, precisa ter algum fator externo, como tosse, espirro, e vaza a urina”, explica o doutor.

O diagnóstico pode ser feito por meio de uma avaliação geral, conforme o médico explica, como exames de sangue, para verificar se o paciente tem diabetes ou alguma infecção mais grave, de urina, os de imagem, como ultrassonografia, para saber se a pessoa tem a capacidade de encher e esvaziar a bexiga. Esses são alguns testes importantes para identificar o tipo de infecção.

“Em alguns casos é preciso lançar mão do exame urodinâmico, que vai avaliar o funcionamento da bexiga, para ver a capacidade de armazenamento da urina e de esvaziamento e ai poder avaliar melhor o tipo de incontinência e a aplicação do tratamento necessário. Havendo duvida nos exames básicos, a gente pode lançar mão de ressonância magnética, cistoscopia, e não raro, também, os exames da parte neurológica, de ressonância magnética, do cérebro, da coluna, para avaliar esses casos de traumatismo e doenças neurológicas que são responsáveis por algum tipo de incontinência”, especifica o médico.

Após diagnóstico é possível saber qual tratamento será mais indicado para o paciente específico. “Tendo um bom diagnóstico a chance de você aplicar o tratamento correto e ter resultado, é muito grande. Vai desde alterações comportamentais, que seriam urinar por horário, controlar a ingestão de determinados líquidos, como cafés e refrigerantes, porque para algumas pessoas tem influencia, principalmente para idosos, no período noturno, que pode alterar mais a parte da incontinência urinária. Temos também os medicamentos que agem diminuindo a atividade da bexiga, então consegue prolongar o tempo de armazenamento sem a perda urina. E temos os tratamentos mais invasivos, os tratamentos cirúrgicos. O tratamento medicamentoso pode ser também a correção do diabetes, alteração do horário do remédio de pressão, e temos um tratamento conservador também que é a fisioterapia do assoalho pélvico, que deve ser orientado por um fisioterapeuta com especialização”, pontua.

A aplicação de botox é um tratamento mais recente, conforme explica doutor Amintas. “A toxina botulínica, devidamente preparada, acondicionada, pode ser aplicada em alguns casos, em pacientes neurológicos que não podem usar medicamentos devido aos efeitos colaterais, e associações medicamentosas proibidas. Isso é feito pelo medico com o exame de cistoscopia, e a aplicação de botox em vários pontos da bexiga, diminuindo a atividade muscular da bexiga. Esse tratamento ele não é totalmente isento de complicações, principalmente a parte de retenção de urina. O profissional que for aplicar isso deve informar ao paciente e estar disponível para caso ocorra esse evento adverso”, explica.

 

|Da redação do JC Online

||Foto: Ilustração / Arquivo Pessoal