21/07/2020 as 15:32

VIDA MARINHA

Incidência de ‘caravelas’ nas praias de Aracaju é um risco aos banhistas

De acordo com a doutora em zoologia e professora voluntária do Departamento de Biologia da UFS, Luana de Castro, esse fenômeno é muito comum no litoral

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Tendo em vista a pandemia e seus impactos, muitas pessoas utilizam a praia para caminhadas e para praticar atividades físicas, como meio de relaxamento. Porém, nas últimas semanas, a incidência de espécies marinhas conhecidas como ‘Caravelas’ é motivo de alerta para quem costuma caminhar nas areias das praias aracajuanas.

De acordo com a doutora em zoologia e professora voluntária do Departamento de Biologia da UFS, Luana Marina de Castro Mendonça, esse fenômeno é muito comum no litoral não só de Sergipe, mas em várias cidades do Brasil nessa época do ano. “Esses animais flutuam ao sabor das ondas. Quando combina o período reprodutivo da espécie com ventos fortes, eles acabam encalhando na areia”.

Ainda segundo Luana, após períodos de chuva, o alimento se torna mais disponível e acaba facilitando a reprodução. “Então quando o mar está agitado por causa dos ventos e das chuvas esses animais acabam na parte mais rasa e, quando encalham, geralmente não conseguem mais voltar para o mar e acabam morrendo”.

A especialista salienta que, mesmo mortos, as toxinas continuam ativas nos tentáculos dos animais, mais precisamente na parte azul escura. “O risco de intoxicação é muito alto com essa espécie. Se a pessoa tiver contato, geralmente sente apenas o ardor e fica como uma queimadura por um tempo. É importante ressaltar que nunca deve-se lavar a área intoxicada com água doce. O ideal é aplicar vinagre na região e, obviamente, se houver outras complicações, procurar um médico”.

Na vida marinha, esse fenômeno chamado de Bloom, são eventos esporádicos que dependem de fatores como disponibilidade de alimento e as condições climáticas. “São espécies predadoras e se alimentam de pequenos crustáceos, larvas e peixes. Também são alimento para tartarugas e alguns peixes”, conclui Luana de Castro.

|Reportagem e foto: Nayana Araujo/Equipe JC