23/09/2020 as 09:45
LA NIÑAChuvas devem ocorrer com mais intensidade de outubro a dezembro no Nordeste
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Teve início na última segunda-feira, dia 21, e segue até 21 de dezembro, a primavera, considerada por muitos, como a mais bonita do ano. O período não é apenas de flores, mas de mudanças. Inclusive climáticas. Um dos eventos que deve permanecer um tempo nesta estação é o La Niña, provocando chuvas com maior frequência. De acordo com o meteorologista da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio-Ambiente, Overland Amaral, o La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, e deve se manifestar com mais intensidade de outubro a dezembro e, por conta disso, as chuvas sobre a região Nordeste, e consequentemente sobre o Estado de Sergipe, devem ocorrer em maior volume. “Os novos fenômenos diferenciarão ainda mais a estação este ano em relação a 2019. Tendo em vista que o fenômeno La Nina está se instalando no Oceano Pacífico, na região equatorial central, de outubro a dezembro, as chuvas sobre a região Nordeste, e consequentemente sobre o Estado de Sergipe, ocorrerão em maior volume”, explicou.
Amaral pontua ainda que, em função do monitoramento realizado das temperaturas de superfície do mar ao longo do Equador e Oceano Pacífico, observa-se que quando estas regiões se encontram com temperaturas negativas, abaixo do normal, não ocorre a inversão sobre toda a região Nordeste, pelo contrário, é favorecido pela circulação de maior convergência de sistemas. “Ou seja, há fluidez e uma maior estabilidade sobre nossa região, ao contrário da presença do fenômeno El Nino, que impede toda essa instabilidade e circulação. Portanto, as chuvas serão a grande característica dessa estação, em especial, de outubro a dezembro”, explica.
O meteorologista pontua ainda que o fenômeno se dará em todo o Nordeste. “A tendência climática de La Nina influenciará toda a região e todos os Estados serão predominados por chuvas. No entanto, em função das ocorrências chuvosas em maior número no Sul do Maranhão e Piauí, e no Oeste da Bahia, o Estado de Sergipe será ainda mais favorecido por chuvas durante a estação”, coloca. Anteriormente a La Niña, segundo Overland, ouve o estado neutro, ou seja, nem La Nina, nem El Niño e isso vem desde o ano passado, com a predominância do estado neutro. “Isso quer dizer que foi um período de mais chuvas, o que favoreceu o desenvolvimento da agricultura, tanto é que teremos uma safra recorde.
Se somar esse ciclo neutro com La nina, percebemos que o El Niño está numa decadência, efeito interdecadal, onde esse fenômeno irá passar uma fase de cinco anos de dormência e isso irá favorecer o clima da região Nordeste”, acrescentou. Mais algumas características da estação considerada florida, Amaral revelou ainda que diferentemente do ano passado, quando os dias foram um pouco mais longos do que as noites, neste ano, em razão de a luz solar está incidindo sobre o Equador iluminando por igual os dois hemisférios, durante os três próximos meses, os dias e noites terão 12 horas, e as chuvas ocorrerão em maior frequência. “Estação transitória entre o inverno e o verão, no seu início as nuances do inverno ainda se farão presentes, com a circulação de ventos Sul-Sudeste, o que favorece as temperaturas amenas.
No entanto, como é comum, nas proximidades do seu término, a umidade relativa do ar se elevará, bem como as temperaturas, favorecendo pancadas de chuvas em forma de trovoadas”. Quanto às temperaturas desta estação, há o aumento da nebulosidade, acréscimo da radiação solar e chuvas convectivas, também conhecidas como as chuvas de verão. “No entanto, nesse início de estação permanece as nuances das temperaturas de inverno, e isso deve ocorrer até o meio da estação, até a primeira quinzena de outubro, onde ainda teremos a influência das temperaturas de inverno”, finalizou o estudioso do clima.
Da Redação do JC
Foto: Jadilson Simões