02/12/2022 as 09:46

ECONOMIA

Uso do décimo terceiro salário deve ser estratégico e responsável, explica especialista

Prioridade deve ser pagamento de dívidas, mas opções para aplicação do recurso são múltiplas

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Uso do décimo terceiro salário deve ser estratégico e responsável, explica especialista

A última quarta-feira (30) marcou a data limite para pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, benefício pago a trabalhadores do regime de CLT. É comum que esse seja um momento de dúvidas sobre o que fazer com o recurso, cuja segunda parcela é liberada até o dia 20 de dezembro. As possibilidades de utilização do dinheiro são diversas, mas, segundo o economista e consultor financeiro Gideon Ferreira, qualquer aplicação deve ser feita estrategicamente e de forma responsável.

Ele alertou que os beneficiários devem ter cuidado com as compras por impulso, e destacou a quitação de dívidas como opção prioritária para uso do dinheiro. “Hoje, o Brasil tem mais de 67 milhões de pessoas endividadas, segundo dados do Serasa. O décimo terceiro é uma ferramenta crucial para sanar débitos em aberto, e deixar essa oportunidade passar pode gerar uma grande dor de cabeça no futuro”, explicou Gideon, que é executivo da Select Investimentos, localizada em Aracaju.  

Para facilitar a seleção do que pagar, o economista aconselhou os inadimplentes a classificarem as dívidas conforme o período de atraso e a urgência para quitá-las, tornando mais simples o processo de sair do vermelho. E embora sanar dívidas seja a recomendação número um do consultor financeiro, essa não é a única forma de realizar um bom uso do benefício, de acordo com ele.

Dívidas
Gideon Ferreira ressaltou que compras de itens desejados não devem ser descartadas, mas que precisam ser feitas conscientemente, além de fazerem parte do planejamento financeiro. Para ele, com a atenção e cuidado devidos, recompensar a si mesmo ou presentear familiares e amigos não é essencialmente uma má ideia, no entanto, lembrou que “caso haja débitos em aberto, a prioridade continua sendo a quitação das dívidas”. 

Outra possibilidade mencionada por Gideon é o uso do décimo terceiro para a construção de uma reserva de emergência, a fim de mitigar eventuais turbulências financeiras. O fundo precisa ter valor equivalente a gastos fixos mensais de cerca de seis meses, e deve ser aplicado em um fundo de alta liquidez, como a poupança, o Tesouro Selic, e o CDB . “Essa forma de utilizar o benefício vale até para aqueles que já têm uma reserva de emergência, a fim de ter uma margem de segurança ainda maior”, salientou ele.