02/06/2022 as 11:34

CINEMA

‘Pureza’ e ‘Jurassic World: Domínio’ são as grandes estreias da semana

Baseado na vida real de Pureza Lopes Loyola, interpretada por Dira Paes, que confere uma magnitude à altura da personagem real

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‘Pureza’ e ‘Jurassic World: Domínio’ são as grandes estreias da semana

Quando se trata de proteger os filhos, não existe limites para uma mãe, ou pelo menos para a maioria delas, e é a busca por Abel (Matheus Abreu), que saiu de sua casa no Maranhão para tentar uma vida melhor na Amazônia e desde então deixou de dar notícias, que norteia a história de “Pureza”, filme dirigido por Renato Barbieri, também coautor do roteiro com Marcos Ligocki Júnior, e que está sendo exibido desde a última terça-feira, 31, no Cine Alquimia, e também estreia hoje, 2, às 19h, no Cinema Vitória, seguida de outras sessões de sexta a domingo. Baseado na vida real de Pureza Lopes Loyola, interpretada por Dira Paes, que confere uma magnitude à altura da personagem real, a trama retrata a vida dela e do seu filho, que residem em uma região pobre do Maranhão.

Este, descontente com as poucas perspectivas de vida, decide trabalhar em um conhecido garimpo na esperança de propor um melhor futuro para ambos. Passados meses da partida de Abel e sem notícias suas, Pureza sai em busca dele e na peregrinação além divisas, encontra uma fazenda que emprega um sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais e passa a trabalhar no local na esperança de encontrar alguma pista que possa levá-la até ele. Na condição de subalterna, ela testemunha tratamentos brutais contra os empregados, presencia os mais diversos tipos de exploração e humilhação, desmatamento ilegal de florestas e até assassinato. Decidida a encontrar o rebento a qualquer custo, a corajosa mãe se mune da esperança, da fé e do amor maternal e desafia o cruel e perverso sistema.

Os fatos que substanciam o enredo da produção poderiam ter acontecido há mais de um século, mas lamentavelmente ocorreram há três décadas e ainda persistem no interior de alguns estados brasileiros, tendo na maioria das vítimas cidadãos das regiões Norte e Nordeste. Pureza não apenas reproduz parte da saga dessa heroína abolicionista contemporânea, como também nos faz questionar o porquê não existe uma fiscalização rigorosa para coibir esse tipo da escravidão e punir com o rigor que a lei exige, os tiranos que ainda insistem em dar continuidade a uma das maiores vergonhas da humanidade. Tendo a estreia nacional adiada em razão da pandemia, o filme não poderia ter uma época para ocupar as salas de projeção senão maio, mês em que se celebra com maior ênfase as mães e aqui no Brasil, festeja-se a abolição da escravatura, ambas as datas coincidentemente na mesma semana.

Além da atuação da personagem título, a crítica especializada tem tecido elogios à interpretação de Flávio Bauraqui, bem como elogiado a trilha sonora, que em muitas das situações torna-se um personagem à parte. Espera-se que o retorno nas bilheterias seja tão vitorioso quanto às laureações que “Pureza” já recebeu no Brasil e no exterior, tendo até o momento contabilizado 28 prêmios. Como as genitoras devem ser enaltecidas todos os meses do ano, no Cine Vitória tem ainda a estreia de “A Boa Mãe”, filme francês dirigido pela árabe Hafsia Herzi. O longa- -metragem conta a história de Nora, mulher que trabalha como faxineira e cuida da sua pequena família em um conjunto habitacional no Norte de Marselha ao tempo em que vive preocupada com o filho Ellyes, que está preso há vários meses por furto e aguarda o julgamento ansioso e cheio de esperança. Não bastasse essa situação, ela ainda tem de conviver com as peculiaridades dos outros filhos e netos, da hostilidade às vezes velada, outras não, que o povo árabe sofre no mundo ocidental e ainda em dar mais atenção à patroa idosa. Jurassic World: Domínio Quem invade as salas dos complexos Centerplex e Cinemark, são os mais temidos animais pré-históricos.

Em Jurassic World: Domínio, sexto filme da franquia de sucesso iniciada há exatos 30 anos por Steven Spielberg e que até hoje fascina os espectadores. Dirigido por Colin Trevorrow, a história (re) começa algum tempo depois de “Reino Ameaçado”, quando os dinossauros que escaparam de Isla Nublar estão vivendo no mundo humano, uns de maneira pacífica, outros nem tanto. Por conta disso, os governantes se esforçam para encontrar formas de contê-lo e uma das alternativas é contratar a gigante tecnológica BioSyn, que promete manter os animais capturados em um santuário isolado, onde poderão ser estudados para avanços medicinais.

No entanto, quando a Dra Sattler (Laura Dern) detecta uma praga de gafanhotos geneticamente modificados, destruindo plantações pelos EUA, ela começa a investigar a empresa. Com algumas sessões pré- -estreias mundo afora, “Domínio” tem recebido elogios, e, nestes, muitos críticos apontam que o roteiro concilia de forma feliz a ganância dos bilionários, a dedicação dos profissionais e os lagartos gigantes, bem como apresenta cenas de ação criativas e não repetitivas, sobretudo às de perseguição, sendo infinitamente superiores às quatro produções anteriores, ao ponto de alguns especialistas o comparam ao filme dirigido por Spielberg. Aos cinéfilos, a sugestão é correr ao encontro dos bichos jurássicos em uma das dezenas de salas de cinema da capital e fazer sua própria avaliação.