03/07/2018 as 13:08

Cultura

Trabalho infantil é tema de exposição fotográfica

A mostra, denominada “Onde mora a minha infância?”, contou com registros feitos pelos próprios funcionários da unidade da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju.

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Trabalho infantil é tema de exposição fotográficaFoto: Danilo França

Com o encerramento das atividades destinadas ao enfrentamento do trabalho infantil realizadas no mês de junho, o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria José Menezes Santos, localizado no bairro Coqueiral, promoveu na manhã desta terça-feira, 3, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Eunice Barbosa de Oliveira, uma ação para a comunidade. O evento contou com uma exposição fotográfica, onde foi retratada a triste realidade de crianças e adolescentes que vivem em situação de trabalho infantil.

 

A mostra, denominada “Onde mora a minha infância?”, contou com registros feitos pelos próprios funcionários da unidade da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju e destacou as consequências que podem ser ocasionadas pelo trabalho na fase infantil. Ilustradas pelos meninos e meninas usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Referência, as imagens mostraram crianças e adolescentes exercendo funções que demandam esforço físico, isolamento social, amadurecimento precoce, dentre outros fatores.

 

“No último mês, intensificamos a temática através de nossas ações buscando a prevenção mesmo. Hoje, fizemos uma parceria para apresentar os resultados desse trabalho à comunidade. As crianças que são usuárias dos nossos serviços, mais uma vez, foram protagonistas, sendo elas mesmas os personagens das fotos, que representam a vida difícil dos que estão inseridos no contexto do trabalho infantil”, destaca a coordenadora do Cras, Vanessa Côrtes.

 

A doméstica Maria Joeilsa dos Santos, que visitou a exposição, se emocionou com o que viu. “Eu já passei por isso quando fui criança. Comecei a trabalhar desde muito cedo, por necessidade mesmo”. Ela conta ainda que buscou medidas para que os seus filhos não trabalhassem quando eram crianças, e hoje, faz o mesmo para não ver os seus netos sendo explorados. “Eu dei aos meus filhos o que eu não pude ter, que foi justamente o estudo. Faço a mesma coisa com os meus netos. Quero os ver estudando para que não passem pelo que passei quando era criança. Eu mesma não sei ler, isso é um exemplo da infância perdida que tive”, relata.

 

Rede Intersetorial

 

A ação contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da UBS Eunice Barbosa. Segundo a coordenadora da unidade de saúde, Karla de Souza Dias Pinto, os problemas causados em crianças que são exploradas são muitos. “O trabalho infantil na vida de uma criança ou adolescente pode gerar traumas irreversíveis. Esse trabalho promovido pela rede intersetorial quer reforçar isso, a fim de tentar combater a inserção em atividades trabalhistas dos pequenos desta comunidade”, observa.

 

AAN