17/06/2019 as 10:27

Profissional

Prefeitura de Aracaju capacita e estimula artistas locais

A oportunidade de se capacitar serviu como estímulo e deu direcionamento a milhares de alunos que estudaram na Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).

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Prefeitura de Aracaju capacita e estimula artistas locaisFoto: Marcelle Cristinne
Em um mundo tão competitivo, a capacitação profissional é um diferencial que abre portas para o mercado de trabalho. Assim também acontece no meio cultural. A oportunidade de se capacitar serviu como estímulo e deu direcionamento a milhares de alunos que estudaram na Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O desenvolvimento de talentos de grande parte dos artistas aracajuanos foi iniciado por meio de cursos ofertados gratuitamente na Escola de Artes Valdice Teles, pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD), programa Ossos do Ofício e outros projetos culturais realizados pela Fundação.
 
O presidente da Funcaju, Cássio Murilo Costa, explica que o órgão tem um peso e uma linhagem que responde pela produção do nosso cenário local, regional e por essa massa crítica de artistas que alçam novos vôos, mas que têm os seus primeiros passos na Fundação. “A Funcaju se reveste de uma grande importância, sobretudo, no atual cenário, em que eclodem coletivos culturais, coletivos de arte, coletivos de jovens, que querem dialogar com a arte. Essas pessoas têm uma primeira referência na Funcaju”, destaca.
 
A atriz Anne Samara Torres teve a sua primeira experiência teatral na Valdice Teles em 2006, quando a unidade ainda era localizada na avenida Ivo do Prado. A vivência foi marcante e ela conta que, na época, o curso era ministrado pelos profissionais Diane Veloso e Babu Rodrigues e, a partir desse momento, não se desvinculou mais do teatro. “Eu fiquei sabendo do curso, pedi a minha mãe e logo me inscrevi. Depois disso, não parei mais. Participei de diversos grupos teatrais ao longo desses anos, fiz cursos fora do Estado e me tornei profissional na área. Por isso, a Valdice faz parte da minha experiência profissional”, relata Anne Samara.
 
A atriz ressalta que crianças e adolescentes que têm contato com a arte e com a cultura, passam a ter outra visão e a ter a arte como parte das suas vidas. “Com certeza, um aluno de teatro da Escola de Artes Valdice Teles, por exemplo, vai entender teatro de uma forma diferente e ampliada e passará a prestigiar, frequentar e até a produzir teatro. Escolas de Artes como a Valdice são essenciais para a sociedade”, afirma.
 
Sobre a Escola de Artes, o presidente da Funcaju ressalta ainda que a Fundação está numa perspectiva de levar diálogo às comunidades através da Valdice. “Estamos atentos para dialogar com o cenário das culturas urbanas de Aracaju, como o hip hop, o rap e a grafitagem. A Valdice é muito importante para o cenário sergipano, e até regional, por representar a primeira grande formação dos quadros que vão despontar nas mais variadas linguagens artísticas”, afirma Cássio.
 
A trajetória de vida de Rafael Freitas, integrante da banda Dissonantes, é semelhante. Após ter o primeiro contato com o violão sozinho em casa, aos 13 anos, ele começou a estudar na Valdice Teles. “Comecei informalmente e a Valdice foi uma porta que se abriu quando eu não conhecia nada de violão e de música. Em seguida, fiz o curso completo no Conservatório e, hoje, curso bacharelado em Violão na Universidade Federal da Bahia. Devido à banda, fico entre um estado e outro. E todo esse esforço se deve à verdade pelo o que eu sinto com a música”.
 
Segundo Rafael, a melhor coisa para indicar a quem está começando é que tenha um professor para nortear. “O primeiro acesso à música pode acontecer através da Valdice, que disponibiliza instrutores, assim como foi comigo. Não tem nada igual do que ter um orientação profissional. A Valdice é uma escola aberta, bonita, alegre, receptiva e gratuita. Eu lembro muito do clima alto astral de lá e da qualidade do curso, foi muito importante para a minha carreira”.
 
Já Daniel Melo, integrante da Dissonantes e da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Sergipe, começou sua formação de uma forma diferente. Foi no Conservatório de Música de Sergipe que ele cursou as primeiras aulas de musicalização, ainda criança, aos 6 anos, e concluiu sua formação técnica musical. A Funcaju entra na sua história no início da sua trajetória profissional. “Formamos a Dissonantes com o objetivo de transmitir o nosso som, estabelecer a nossa sonoridade, remodelar músicas conhecidas e trazer tudo isso para o nosso público. Porém sempre sentimos falta, ao longo da nossa formação, de espaços para nos apresentar ao público”, confessa o músico.
 
Foi em 2018 o primeiro grande evento que a Dissonantes participou: Quinta Instrumental, realizado pela Funcaju. Daniel revela que o grupo sempre quis participar e que acompanhou o projeto desde o seu início como espectadores, devido a oportunidade de assistir artistas de grande referência, como o duo Julio Rêgo e Ricardo Vieira. “Foi uma oportunidade mágica. A nossa participação no Quinta Instrumental nos fez perceber o potencial que temos para poder manter e evoluir o nosso trabalho. Depois dessa experiência, nos surgiram grandes oportunidades de apresentações”, afirmou.
 
Os cursos ofertados pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD), que fica localizado nas instalações do Centro Cultural de Aracaju, também deram o pontapé para o produtor cultural André Aragão começar a trabalhar na área cultural. Ele conta que advogava e estava insatisfeito profissionalmente. “O curso de audiovisual ofertado pelo NPD me atraiu, cursei e estou até hoje na área. Apesar de já ter uma afinidade com o audiovisual, eu tinha uma visão muito superficial de tudo, tanto do processo de realização quanto da prática de mercado. E isso tudo foi esclarecido nessa formação. Para quem quer iniciar a carreira, é no NPD que irá encontrar apoio e embasamento, até mesmo por conta dos equipamentos profissionais disponibilizados aos alunos”, destaca.
 
 
Centro Cultural de Aracaju - Núcleo de Produção Digital (NPD)
Praça General Valadão s/n – Bairro Centro
Tel.: 79 3211-1505
 
 
Escola de Artes Valdice Teles
Rua Vila Cristina, 354 – Bairro São José
Tel.: 79 3211-6913
 
 
Quinta Instrumental
 
O evento acontece sempre às quintas-feiras, uma vez por mês, na praça General Valadão, a partir das 20h, com apresentações de diferentes artistas locais, nacionais e internacionais.