30/09/2019 as 09:50

ENTREVISTA/CHICO CÉSAR

‘As coisas estão interligadas pelo meu desejo de ser feliz’

O paraibano Chico César se apresentou no centro de visitantes do Projeto Tamar, integrando a programação musical do movimento musical pela conservação das tartarugas marinhas e oceanos, batizado de “Tamarear”

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O paraibano Chico César se apresentou no centro de visitantes do Projeto Tamar, em Aracaju, integrando a programação musical do movimento musical pela conservação das tartarugas marinhas e oceanos, batizado de “Tamarear”. Ainda no palco, apresentações da banda Bichos Do Mar com Julico, a partir das 18h. Com o recém-lançado disco “O Amor é um Ato Revolucionário”, ele chega pisando macio e de primeira no Nordeste com 13 faixas autorais. Seguidores do artista já reconhecem músicas como "History", "Pedrada", "Like" e "Eu Quero Quebrar", exibidas por ele no mundo virtual e que ele mesmo afirma: "Muitas canções foram imediatamente publicadas nas redes sociais em formato voz e violão assim que compostas, é o primeiro registro delas". Seguidores mais próximos em “De Peito Aberto”, o empoderamento feminino é cantado na companhia da jovem artista Agnes Nunes, que Chico conheceu na rede e firmou parceria “por telefone”. Foi sobre a participação sonora junto ao Projeto Tamar, redes sociais e o novo trabalho que ele conversou com o JORNAL DA CIDADE, com a objetividade de quem transborda em letra e musicalidade. Boa leitura!

 

JORNAL DA CIDADE - No retorno à capital sergipana para “Tamarear”, o que apresentará ao público no show deste sábado?

CHICO CÉSAR - Não estou mais em “Estado de Poesia”. Faz uma semana que lançamos o novo álbum e é com esse repertório que vamos a Aracaju.

 

JC - A participação do disco junto à causa ambiental é também um “ato revolucionário”?

CC - Claro, prestar atenção ao meio ambiente e defendê-lo é um ato revolucionário, pois dele depende toda a vida e todas as formas de vida.

 

JC - O mais no novo disco “O Amor é um Ato Revolucionário” chegou feito “Pedrada” certeira no ecoar político do artista que também já atuou na administração pública?

CC - Sou uma só pessoa, um cidadão. Posso fazer muitas coisas, como aliás podem todas as pessoas. Escrevo, componho, canto, mas também posso ser gestor, cozinhar, fazer ginástica. As coisas estão interligadas pelo meu desejo de ser feliz e de interferir na vida de minha comunidade e do meu tempo.

 

JC - A atualidade virtual é uma aliada ou vilã do fazer música? A divulgação nas redes sociais dá uma prévia positiva de “aceitação” do público?

CC - As redes são um espaço de troca, você tanto dá quanto recebe. É como o radioamador, para intercomunicação mais do que para que um emissor massacre seus receptores. É um ambiente de interlocução rápido e eficaz. Eu uso as redes nesse sentido. Publicizei várias canções do novo disco logo que as compus por necessidade de me expressar naqueles momentos. Não foi para “experimentar” a receptividade, a aceitação. A verdade é que, na minha “bolha”, as pessoas que me seguem e que eu sigo têm maior tendência a aceitar minha experimentação – e eu a delas, independentemente daquilo vir a ser ou não um “produto”.

 

JC - Inclusive, foi a partir das redes que conheceu e convidou a jovem Agnes Nunes para participar do disco?

CC - Eu a conheci na rede, mas a convidei por telefone.

 

JC - Há previsão da turnê do novo disco pelo Nordeste?

CC - Quero que esse show em Aracaju já seja o primeiro pós-lançamento.

 

 

 

| Repórter: Gilmara Costa

|| Foto: Josefina Tramontin