14/10/2019 as 09:56

ENTREVISTA/SANDYALÊ

“As composições colocam para fora minhas sensações”

Recentemente, a cantora sergipana SandyAlê lançou o álbum ‘Árvore Estranha’

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Recentemente, a cantora sergipana SandyAlê lançou o álbum ‘Árvore Estranha’, que como ela mesma define, “É uma metáfora, uma analogia entre as árvores que nascem no solo árido, no sertão, e as que nascem no solo fértil, na capital”. Na entrevista que a cantora concedeu ao JORNAL DA CIDADE, SandyAlÊ também fala das parcerias que compõem o trabalho. Confira!

JORNAL DA CIDADE - Como você define o álbum ‘Árvore Estranha’?
SANDYALÊ - O ‘Árvore Estranha’ é um álbum muito pessoal, fala muito sobre mim, minhas relações afetivas e sociais, sobre como me sinto em meio às pessoas, tanto no meu lugar quanto fora dele. É uma metáfora, uma analogia entre as árvores que nascem no solo árido, no sertão, e as que nascem no solo fértil, na capital. Da dificuldade enfrentada por cada uma para germinar, brotar, crescer, florescer e dar seus frutos.
O processo é parecido como o de gravar e lançar um álbum. Trouxe para mim como artista, tendo que me deslocar do sertão para os grandes centros como São Paulo, para poder trabalhar e mostrar minha arte, em um solo ‘fértil’. É uma gestação, de parto normal, demorado e doloroso, dando a importância devida a cada processo. É saber esperar. Espere.

JC - Quais suas inspirações nas composições das músicas do álbum?
SA - As composições de ‘Árvore Estranha’ colocam para fora minhas sensações e sentimentos, em um processo longo, doloroso, prazeroso e, por isso, também fértil. As composições são retratos auditivos de cada momento vivido por mim, transições, transformações e um belo amadurecimento, tanto pessoal quanto profissional, durante esse processo de quatro anos, em que estive escrevendo, produzindo e gravando o disco. Tédio, incertezas, vontades, esperança e a falta dela, instabilidade física e emocional são expressos em sons secos de bateria, repetições de riffs e das máquinas de ritmo, sintetizadores, echos, instrumentos novos e velhos.

JC - Quais as parcerias que participam do disco?
SA - As participações são especialíssimas: Julico, da banda The Baggios, gravou guitarra e voz em “Pêia”, música de Elvis Boarmorte; o músico Belga Sebastién Willemyns toca Philicorda na música “Tudo Bem?”, que é minha e de Dudu Prudente. Monstro, meu amigo querido de Recife, faz toda a parte de sintetizadores na música “Cisma”, que é uma composição minha, de Allen Alencar e de Lau. Também contei com um coro de mulheres incríveis, em algumas músicas, sendo elas: Luna, Tori, Jeca, Bruna Ribeiro, Ana Paula e Mayara.

JC - Como foi o processo de criação com Julico (The Baggios), na faixa Pêia?
SA - Foi massa! Julico arrebenta, né, e quando recebi essa música de Elvis só pensei nele para gravar comigo. Foram três tardes no estúdio Orí, uma gravando voz e as outras duas gravando guitarra. A gente já tinha uma sintonia, já participei do show da Baggios e Julico do meu, acho muito forte esse feat e não poderia deixar de estar no disco. Dueto serigy!

JC - Com o álbum lançado, quais os próximos passos?
SA - O show de lançamento será dia 3 de novembro no Parque dos Cajueiros; breve vamos divulgar mais sobre. Dia 16 de novembro, estaremos no FASC, palco Santa Cecília, às 19h. A ideia é circular o show do Árvore Estranha pelo Brasil, principalmente nos Estados que ainda não fui. Pretendo investir em festivais internacionais também. E já estou pensando no terceiro disco, inclusive já tenho nome e ideia de estética sonora.