21/07/2020 as 11:25

CULTURA

Documentário inédito discute as consequências da abolição da escravatura no brasil

A capoeira é um dos exemplos da rica cultura manifestada pelos escravos

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Em que contexto foi assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, e quais as consequências da abolição da escravatura, da forma como foi feita, para os milhares de negros que trabalhavam nas lavouras e nas cidades e para os seus descendentes? O documentário inédito e exclusivo “Sobre Sonhos e Liberdade”, de Francisco Colombo e Marcia Paraíso, coloca essas questões em discussão, com depoimentos de historiadores, cientistas sociais, ativistas e artistas. Quando o decreto da abolição foi assinado, o pano de fundo era uma crescente luta dos negros não só por liberdade, mas por igualdade de direitos.

A historiadora Wlamyra Albuquerque, uma das entrevistadas do filme, afirma que a “canetada” da Princesa Isabel “esvaziou o sentido político da escravidão” e criou um novo episódio em uma “luta que cofundadas por esses rebeldes são visitadas pelo filme, que mostra o papel de protagonismo das mulheres nelas. A rica cultura trazida pelos escravos de seus países de origem, na África, é lembrada em manifestações culturais de rua que acontecem até hoje pelo Brasil. O longa mostra algumas delas, como as performances do grupo Nego Fugido, coordenado por Monilson dos Santos, e as rodas de capoeira.

Essa última atividade era muito mais do que uma mistura de luta e dança, como ressalta, em seu depoimento, o Mestre Caiçara, lembrando que os antigos mestres de capoeira faziam partos e tinham profundos conhecimentos de ervas medicinais. Produzido pela Filmógrafo e pela Plural Filmes, o documentário foi viabilizado pelo canal Curta! com verbas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A exibição é na Sexta da Sociedade, dia 24, às 22h30. meça quando chega o primeiro navio negreiro”. O também historiador Walter Fraga complementa que “a abolição foi uma resposta a essa movimentação toda que estava acontecendo nas senzalas. Foi uma maneira de frear um processo que poderia ter consequências imprevisíveis”. Desde a década de 1830, somavam-se processos judiciais impetrados por africanos que reivindicavam liberdade, como lembra o historiador Luiz Claudio Dias do Nascimento. Era comum, também, a fuga de trabalhadores negros das senzalas. As comunidades quilombolas