03/02/2021 as 11:44

MÚSICA

Samba de Moça Só celebra 10 anos com live

A partir das 16h30, Rayra Mayara, Cláudia Cristine (Cacá), Pétala Tâmisa e Gislene Sousa pedem licença para se chegar, em transmissão ao vivo

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Parece que foi ontem, mas já se vão dez anos desde que o Grupo Samba de Moça Só despontou, renovando a cena cultural sergipana e inovando, ao defender a ocupação de espaços pela mulher na música e demarcar a representatividade feminina no samba.

A pandemia impede a presença maciça do público, mas não tira o brilho da comemoração, que acontece no próximo sábado, 6, no formato de live, a ser exibida no canal do Grupo no YouTube.

A partir das 16h30, Rayra Mayara, Cláudia Cristine (Cacá), Pétala Tâmisa e Gislene Sousa pedem licença para se chegar, em transmissão ao vivo, diretamente do Centro de Criatividade.

O lugar não foi escolhido à toa. Em 2012, a banda lançou seu primeiro EP com músicas autorais, produzido por Betinho Caixa d’Água e lançado na Maloca, berço do samba e de grandes personalidades. Em sua festa de uma década, a banda compartilha desse cenário de forte identificação, onde por tantas vezes fez ecoar tambores e repiques, em inúmeras edições do Rasgadinho e tantas outras manifestações tradicionais da capital. “Por todas essas histórias e memórias, o Bairro Cirurgia tem um significado especial para nós. Quisemos escolher um lugar que fosse efetivamente importante na história do grupo”, disse a percussionista Gislene Sousa. Para completar a celebração, reverenciando cada fase da sua história, o grupo convida Camilla Campos, Luana Almeida (Lua), Mayra Félix e Thaty Meneses, ex-integrantes que foram, são e sempre serão parte dessa construção coletiva. “Fazemos questão de caminhar lado a lado com todas as artistas incríveis que contribuíram para que o Grupo chegasse aos 10 anos de existência, tendo realizado tudo o que realizou ao longo desse tempo”, contou Pétala Tâmisa, baixista do Samba de Moça Só. Ainda segundo ela, o show terá a participação de Bell Nunes, mulher negra, pioneira no samba, uma das maiores referências do Grupo em Aracaju; e conta com o auxílio luxuoso das musicistas Carol Schmidt, Danuza Corumba e Taci Perks, que integram a banda, em formação especial. “Hoje, o Samba de Moça Só é mais do que uma banda, é um coletivo que colabora com a propagação de oportunidades de trabalho no mercado da música, destacando a mulher e preponderantemente o movimento de mulheres no samba. A gente entende que a união e o acolhimento são os únicos caminhos possíveis. O fortalecimento de cada mulher que faz a cena cultural sergipana acontecer é, com certeza, o fortalecimento de todas”, defendeu Claudia Araújo, percussionista, produtora cultural e uma das fundadoras do grupo.

Atualmente, o Samba de Moça Só trabalha na produção do single “É Brasil, é Samba!”. De acordo com a cavaquinista Rayra Mayara, arranjos e produção musical estão sendo pensados coletivamente pelo grupo. Na sua visão, o momento é propício a este novo trabalho, que flui naturalmente, com a maturidade musical do grupo. “Estamos muito felizes em concretizar essa produção fonográfica. Passamos um tempo sem gravar e fazer esse lançamento justo no ano em que completamos uma década é, sem dúvida, uma ótima forma de celebração. Estamos preparando uma série de outras ações para festejar esse marco temporal com a força que merece”, concluiu Rayra.

A live é um projeto apoiado pelo edital de premiação para produção e exibição cultural proposto pelo Governo de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap); para o single, o grupo foi contemplado pelo edital de gravação da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju); ambos com recursos da Lei Aldir Blanc. SOBRE O GRUPO Fortemente influenciado por Clara Nunes, Tereza Cristina, Mariene de Castro, Roberta Sá, Jackson do Pandeiro, Cartola, Zeca Pagodinho e tantos outros grandes nomes do samba, o SdMS fez sua estreia em 2011. Desde então, o grupo vem produzindo músicas autorais, vídeos e shows, numa atuação marcante na cena cultural sergipana.

Ao longo desses dez anos, as “moças” já dividiram o palco com artistas como João Bosco, Raça Negra, Jorge Aragão e Leci Brandão, madrinha do grupo, que lhe deu o nome, ainda no ano de criação. Com participações nas principais programações carnavalescas em Sergipe, o grupo também marcou presença em festivais culturais na cena local. Fora de Sergipe, o Samba de Moça Só ganhou prêmio de melhor arranjo pela música “O corpo é meu”, no Festival do Gama, em Brasília; foi finalista no Festival Esquina, em Minas Gerais; e foi contemplado com o apoio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, para projeto de circulação em São Paulo.