27/08/2021 as 15:10

SHOW PERCUSSIVO

Centro Cultural retoma atividades em noite do Quinta Instrumental

O evento cumpriu todas as medidas sanitárias para evitar o contágio da covid-19

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

O silêncio noturno que ecoou nos arredores do Centro Cultural de Aracaju em quase um ano e meio de pandemia foi substituído pelos rufos de tambores e tantos outros instrumentos percussivos que invadiram praça General Valadão na noite desta quinta-feira, 26. As batidas que praticamente pulsavam na veia de quem esteve no Centro Cultural, nesta noite, também anunciaram o retorno das atividades presenciais no importante e emblemático prédio cultural da capital sergipana – o Centro Cultural.

O Quinta Instrumental, projeto criado pela Prefeitura de Aracaju, e executado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), retornou manifestando a sua principal essência: a valorização dos talentos sergipanos e mergulho sobre a produção instrumental da cena artística local.

A responsabilidade de abrir as portas para a retomada das atividades culturais caiu nas talentosas mãos do maestro Pedrinho Mendonça, sergipano com quase 40 anos de carreira, e de toda sua turma do grupo percussivo Burundanga. Às 19h, o maestro foi o centro da admiração de toda a plateia do Teatro João Costa, no Centro Cultural, ao apresentar o seu novo projeto Auêto - uma eloquente e intrínseca performance solo com instrumentos percussivos, contando histórias através de sons.

“A história faz um passeio que vai do quilombo ao sertão. É uma história de vivência, de ambientes sonoros, é contar essas histórias por trás dos sons. E o Quinta Instrumental é muito importante para nossa terapia, para essa situação que a gente enfrenta [pandemia], tanto para os artistas, e tanto para quem assiste. Serve de cura, a arte cura. O Quinta Instrumental é nosso orgulho, principalmente para nós, músicos instrumentistas. Sem dúvidas temos uma camada muito forte dessa arte aqui em Sergipe”, destaca o maestro Pedrinho Mendonça.

Empolgado com a retomada cultural, o presidente da Funcaju, Luciano Correia, destacou o papel do Quinta Instrumental para a cena cultural. “É um projeto que valoriza a música de nossos instrumentistas, abrindo assim uma nova janela de oportunidades para os músicos. Esse evento marca a reabertura do Centro cultural de Aracaju, que em breve passa a ter uma programação efetiva, semanal, um calendário fixo de atrações. Além disso, vamos levar todos esses espetáculos para a [plataforma] AjuPlay, para o acesso universal dos que não puderem acompanhar presencialmente", enaltece.

Por volta das 20h30, sob o encantador jogo de luzes da fachada do Centro Cultural de Aracaju, o grupo percussivo Burundanga se apresentou em espaço aberto na General Valadão, levando ao deleite a plateia que se formou no local, resgatando o espírito festivo do Quinta Instrumental antes da pandemia.

Historiadora, mestranda em Educação e integrante do Burundanga, Marina Alícia não escondeu a felicidade de poder participar desse encontro cultural. “Sempre acompanhei vários artistas aqui no projeto do Quinta Instrumental e fiquei muito feliz dessa volta ser com o Pedrinho Mendonça e com o Burundanga. Me senti muito sortuda com isso”, comemora.

A noite especial permitiu que o baixo-astral que dominou os entusiastas da arte durante o hiato das atividades culturais no formato presencial logo desse lugar ao deleite do talento musical sergipano. Para a sorte de Werden Araújo, um assíduo espectador do projeto. “Acho que eu sou uma das poucas pessoas que veio em todas as edições do Quinta e o Ocupe a Praça. E estou muito feliz em ver o Centro Cultural voltando. É um projeto incrível e nós temos que apoiar a nossa cultura mesmo”, reforça.

O evento cumpriu todas as medidas sanitárias para evitar o contágio da covid-19, com limitação de público no Teatro João Costa e exigência de distanciamento físico e uso de máscara entre a plateia interna e externa do Centro Cultural de Aracaju.