17/10/2018 as 09:48
EconomiaEstudo mostra que participação feminina traz benefícios para a economia.
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Segundo o estudo publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ter mulheres na equipe de trabalho influencia até nos ganhos de produtividade entre funcionários homens. A pesquisa “Ganhos Econômicos da Inclusão de Gênero: Novos Mecanismos, Novas Evidências” revela ainda que desde 1990 países que aumentaram a participação feminina como a Irlanda, o Brasil e a República Dominicana – estes dois penúltimos voltados para o setor de serviços – tiveram ganhos de produtividades maiores que nações onde essa participação ficou estagnada, como Egito, onde 16% das mulheres trabalham.
Para o professor e economista Neidázio Rabelo, na sociedade atual as mulheres têm ocupado os principais cargos de todos os segmentos. Segundo ele, é preciso tomar conhecimento de algumas informações: 52% da população é composta por mulheres; elas vivem sete anos a mais que os homens e o grau de especialização da mulher é em média cinco anos mais que os homens.
“Hoje a mulher está liberando sua presença em cursos de ponta, tanto em quantidade quanto em desempenho em concursos públicos e nas universidades. Nos cursos de Medicina, 85% é ocupado por mulheres; elas já são maioria nos cursos de Direito e metade nos cursos de Engenharia. Nos ambientes onde a competividade é por nota, elas ocupam o papel de liderança”, revelou.
Ainda segundo o economista, elas conseguem ser mais produtivas, pois são mais preparadas. Isso pode ser explicado, pois enquanto os meninos estão preocupados em firmar sua masculinidade e seu convício social, as mulheres estão estudando, pois sabem que esse potencial competitivo vai fazer a diferença para ela.
“Logo que termina um curso superior, a mulher já entra em cursos de especialização. Alcançam a carreira acadêmica mais rápido que os homens. Ela se prepara e quando chega ao mercado de trabalho tem uma produtividade muito maior. Esse dado corrobora com o Banco Mundial nesse estudo, porque as mulheres aumentaram sua presença e a produtividade dela no mercado de trabalho”, acrescenta.
A segunda questão é sobre a gestão. Comparando os homens com as mulheres, 79% dos recursos são gerenciados pelas mulheres e apenas 21% pleos homens. Então, quando há a junção da preparação educacional com a preparação da gestão, existe na mulher um grande destaque e de competitividade que está sendo superando os homens. “Dados do Sebrae revelam ainda que 53% das empresas são abertas por mulheres. Isso quer dizer também que na parte do empreendedorismo elas se destacam e têm empreendido cada vez mais cedo”.
Neidázio reforça que o que falta, no entanto, é a igualdade. “Apesar de estarem em igualdade ou mais preparadas, o que ainda está faltando é a igualdade de ganho para a mesma função. Apesar dos postos de trabalho estarem aí há mais tempo, elas estão chegando agora. Mas temos que levar em conta que a mulher é mais preparada e está sendo mais produtiva que o homem, tem dupla jornada, e mesmo assim ela ainda consegue ser mais produtiva. A vinda da mulher ao mercado de trabalho aumentou a produtividade e, consequentemente, aumentou a riqueza e a geração de mais recursos para a empresa e para ela também. Como estamos vivendo a quarta revolução industrial, a chegada da inteligência artificial, essa nova revolução exige um profissional preparado. E quem está absorvendo esse novo panorama são as mulheres”, finalizou o economista.
Por Grecy Andrade/Equipe JC