07/12/2018 as 10:38

Morar Bem

Pouco explorado, imóvel para temporada é negócio rentável

Expectativa de crescimento no turismo em Sergipe pode contribuir para alavancar esse segmento do mercado imobiliário

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Pouco explorado, imóvel para  temporada é negócio rentável

 Por Laudicéia Fernandes


Sergipe não tem a tradição, a cultura de alugar imóveis por temporada. Aliás, segundo o corretor de imóveis Carlos Magno Silva, esse segmento ainda é muito fraco no Estado. “É pouco explorado, embora de uma rentabilidade excelente”, avalia o especialista. Diante desse contexto, não é de admirar que a quantidade de casas e apartamentos para temporada que estão disponíveis no mercado sergipano seja muito menor do que em outras praças. Na verdade, de acordo com o também corretor Ricardo Pereira, esse nicho de mercado tem momentos de pico. Ocorrem durante os períodos das festas de final de ano e Carnaval. Ou seja, no verão, quando as pessoas, em geral, estão de férias.


Então, o que seria necessário para que esse mercado crescesse em Sergipe? A resposta parece óbvia: investir mais no turismo. Isso, de fato, deve contribuir muito para que o mercado de imóveis para temporada evolua. Ricardo, aliás, já vislumbra essa evolução. “Os turistas estão chegando ao Estado, acontecem eventos e festas, e os hotéis têm boa ocupação. Além disso, Aracaju ainda é considerada uma cidade tranquila e a estrutura dela tem trazido os turistas para cá”, analisa. Carlos Magno concorda. “Nosso Estado vem crescendo. A cada dia, chegam executivos para tratar dos mais diversos assuntos, bem como turistas para nos visitar. Com isso, cria-se essa nova opção de negócio”, opina.

E quando há procura, o que os turistas querem é locar imóveis por muito pouco tempo – de cinco a 30 dias, no máximo. É importante destacar que a legislação brasileira permite a locação de imóveis por temporada, mas fixa o prazo máximo em 90 dias, trazendo a possibilidade de se cobrar todo o período do aluguel antecipadamente. “Ultrapassado o prazo de 90 dias, o aluguel se transformará em locação comum, perdendo, assim, o caráter de temporário”, esclarece Carlos Magno.


Em geral, esse tipo de imóvel está localizado em áreas de praia – com raríssimas exceções – e é destinado a famílias numerosas que vêm de outros Estados. Há imobiliárias com algumas unidades mobiliadas para temporada com foco em empresas que trazem os funcionários dela, a fim de tratar de negócios em terras sergipanas. 


Há clientes, também, que são turistas da Bahia e de Alagoas. Muitos optam por unidades localizadas nas proximidades da Caueira e do Mosqueiro, portanto em regiões litorâneas, onde a praia, de fato, é o principal atrativo. “Às vezes, alugamos apartamentos na região do Bairro Jardins ou da Treze de Julho”, exemplifica Ricardo.

Cuidado
Outro fator que explica a pouca quantidade de imóveis para temporada é o receio das pessoas de que as propriedades delas e os objetos contidos no imóvel sejam danificados. Para evitar isso, o primeiro passo é fazer um cadastro do inquilino, com boas referências. Depois, providenciar uma vistoria inicial, um check list do que há na casa, como móveis e eletrodomésticos. “Esse é um ponto crucial para que o locador se sinta um pouco mais seguro, mais tranquilo”, avalia Ricardo Pereira.


Mais do que isso, Carlos recomenda que o locador se resguarde de riscos maiores e que não se limitam à inadimplência. Um exemplo? Existe a possibilidade de alguém se passar por locatário, parar um caminhão na porta da casa ou do prédio e levar todos os móveis e utensílios domésticos. “Visando prevenir futuros prejuízos, deve-se ter muito cuidado, fazer um levantamento cadastral criterioso, pegar referências pessoais, além de exigir as garantias contratuais”, reforça Carlos.