11/01/2019 as 10:42

Crédito

Novo presidente da Caixa nega aumento de juros

Pedro Guimarães: “Querer comparar “Minha Casa, Minha Vida” com crédito imobiliário para a classe média não é correto matematicamente”

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Novo presidente da Caixa nega aumento de juros

Pedro Guimarães, novo presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), mal assumiu e já se viu envolvido em polêmicas. Na última segunda-feira, dia 7 de janeiro, durante discurso de posse para o comando do Banco estatal, ele afirmou que a classe média deveria pagar juros de mercado na habitação. “Quem é classe média tem que pagar mais. Ou vai buscar no Santander, no Bradesco ou no Itaú. Na Caixa Econômica Federal, vai pagar juros maior do que no Minha Casa Minha Vida certamente, e vão ser juros de mercado”, disse. No dia seguinte, terça-feira, 8, ele negou que tivesse afirmado haver aumento de juros do financiamento da casa própria para a classe média.

Guimarães disse ter ficado incomodado com parte da imprensa, que, segundo o presidente da Caixa, distorceu a palavras dele quando falou que os juros da classe média atenderiam às regras de mercado. “O menor juro que existe no Brasil para crédito imobiliário é o do “Minha Casa, Minha Vida”. Você querer comparar “Minha Casa, Minha Vida” com crédito imobiliário para a classe média não é correto matematicamente. É óbvio que juros para a classe média é maior. Aí, trocaram o que eu falei para dar manchete. É uma desonestidade intelectual”, lamentou após a cerimônia de transmissão de cargo na presidência do BNDES.


Além de negar o aumento de juros para a classe média, o novo presidente da Caixa reafirmou que as taxas permanecerão acima dos juros do MCMV, voltado para as classes mais baixas. De acordo ele, os juros do programa são subsidiados, enquanto os juros para a classe média estão num patamar mais elevado.

Gargalos
No discurso de posse, Pedro Guimarães destacou que a capacidade para a captação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança para financiamento imobiliário tem um limite, e segundo ele, “este limite chegou”. Disse mais: que, para continuar a expandir o crédito imobiliário, será preciso vender crédito da carteira da Caixa, “como ocorre em qualquer país do mundo”. “Na verdade, a pergunta é: por que a Caixa e os outros Bancos brasileiros ainda não fizeram isso?”, questionou.

Ainda de acordo com Guimarães, ao vender de R$ 20 bilhões a R$ 100 bilhões em operações de crédito, é possível oferecer mais crédito. “A Caixa vai passar a ser uma originadora de crédito, mais do que reter esse crédito no balanço. Isso não vai acontecer em dois, três ou quatro anos. Mas o objetivo é que a Caixa passe a originar 70%, mas venda uma parte relevante”, declarou.

O novo presidente da Caixa ressaltou que o Banco venderá a carteira de crédito ativo via instrumentos do mercado de capitais. Para ele, é importante permitir a entrada de investidores estrangeiros e destacou que as carteiras de crédito são um problema grave na Caixa hoje. “Nada grave em relação a capital, mas tem impacto em resultado”, avaliou.

Guimarães afirmou, ainda, que é preciso ter metodologia para a venda de imóveis retomados. Hoje, são 60 mil. E isso, na opinião dele, precisa ser resolvido. “Você vai ter que ter uma metodologia de venda de mil imóveis, 2 mil imóveis, 3 mil imóveis ao longo do ano. A maior parte desses imóveis são do “Minha Casa, Minha Vida”, faixas 1 e 2”, analisou. (Com informações do www.uol.com.br e do www.estadao.com.br)