24/09/2019 as 09:38

FALTA DE AÇÕES

Brasil é criticado na ONU por crimes ambientais

Ativista de 16 anos, Greta Thunberg, afirma que país violou direitos das crianças.

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A adolescente sueca Greta Thunberg e outros 15 jovens ativistas apresentaram nesta segunda-feira uma queixa ao Comitê dos Direitos da Criança da ONU, alegando que a falta de ação de líderes mundiais, incluindo do Brasil, em relação à crise climática violou os direitos das crianças.
Os jovens, com idades entre 8 e 17 anos e oriundos de 12 países diferentes, choraram ao apresentar a queixa na sede do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e deram relatos pessoais sobre como suas vidas e lares foram afetados pela mudança climática decorrente da omissão dos políticos.


“Os líderes mundiais não cumpriram o que prometeram. Eles prometeram proteger nossos direitos e não fizeram isso”, disse Thunberg, que falou depois de fazer um discurso apaixonado nesta segunda-feira na Organização das Nações Unidas (ONU). Argentina, Brasil, França, Alemanha e Turquia são os países acusados de saber do impacto de suas emissões de carbono sobre o clima e não fazer nada para mitigar seus efeitos.
Os acusados são alguns dos maiores emissores de carbono dos 45 países que assinaram um protocolo que permite que as crianças busquem reparação sob a Convenção dos Direitos da Criança de 1989. Outros grandes emissores de carbono como os Estados Unidos e a China não assinaram o protocolo.


Brasil é criticado na ONU por crimes ambientaisA queixa é a mais recente ação liderada por jovens para denunciar a crescente ameaça das mudanças climáticas e extinção em massa. Na sexta-feira, cerca de 4 milhões de pessoas participaram do que se chamou de greve climática global, inspirada em Greta Thunberg, de 16 anos, que iniciou uma greve semanal na escola em agosto de 2018 para tentar aumentar a conscientização sobre o assunto.

"Vocês roubaram minha infância com suas palavras vazias"

A ativista sueca Greta Thunberg disse aos líderes mundiais na abertura de uma conferência de clima da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, que eles roubaram sua infância com “palavras vazias”. “Está tudo errado. Eu não deveria estar aqui em cima. Eu deveria estar de volta à escola do outro lado do oceano”, disse a adolescente sueca, de 16 anos, com a voz embargada, durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, cobrando os adultos por não terem feito o suficiente para proteger o meio ambiente. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias”, disse.


Dias depois de milhões de jovens irem às ruas de todo o mundo para exigirem uma ação emergencial contra a mudança climática, líderes se reuniram na ONU nesta segunda-feira para tentarem injetar um novo ímpeto nas iniciativas hoje travadas para conter as emissões de carbono. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou os governos que teriam que oferecer planos de ação para se qualificarem para falar na cúpula, que pretende fortalecer o Acordo de Paris de 2015 para combater o aquecimento global.


“Milhões de todo o mundo (estão) dizendo claramente não somente que querem mudança, não somente que os tomadores de decisão precisam mudar, mas que querem que sejam responsabilizados”, disse Guterres em uma cúpula climática juvenil separada que presidiu, no sábado. Líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, discursam na reunião de um dia, além de empresas que trabalham para promover a energia renovável.


O presidente dos EUA, Donald Trump, que rejeita as mudanças climáticas e que desfez todas as principais regulamentações dos EUA destinadas a combater o aquecimento global, fez uma breve aparição na cúpula, juntamente com o vice-presidente Mike Pence e o secretário de Estado Mike Pompeo. Trump, cujo comparecimento na cúpula não era esperado, não fez comentários, mas ouviu as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

 

 

| Foto: Carlo Allegri/Reuters