01/07/2019 as 09:44

Entrevista/José Augusto Carvalho

“Temos um cenário promissor e poucas vezes visto no Brasil”

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, José Augusto Carvalho, também comemora a expansão da matriz energética de Sergipe, com o anúncio da instalação da usina de energia solar em Canindé do São Francisco, e prevê um futuro promissor para o estado “Sergipe pode não ser apenas a estrela do gás, mas também a estrela da energia”. Confira a entrevista completa abaixo:

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“Temos um cenário promissor e poucas vezes visto no Brasil”Foto: Divulgação

Na próxima quinta-feira (4), Sergipe recebe a visita do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que participará do “Simpósio de Oportunidades – Novo Cenário da Cadeia do Gás Natural em Sergipe”. O  evento promovido pelo Governo do Estado vai reunir representantes de diversas esferas da área do Gás Natural, além de agências reguladoras, empresas, estudiosos, entre outros.

Em entrevista ao Caderno Municípios, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, José Augusto Carvalho, explica este momento de transformações pelo qual passa Sergipe, com a descoberta de novas fontes de gás natural e o anúncio recente da possibilidade de instalação de uma usina de energia solar no sertão do estado. “A presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é o testemunho da importância destas novas descobertas”, frisa.

De acordo com ele, o Governo do Estado já vem atuando por meio da Agrese para adequar a legislação estadual do gás e, com isso, facilitar a concorrência e atrair novos investidores. Ele explica que Sergipe já possui uma legislação robusta de investimento industrial, a exemplo do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI. “Se juntarmos essa legislação com os recursos naturais e energia barata, isto significa um novo cenário para industrialização e geração de empregos”.

Os recursos naturais a que se refere o secretário são o grande triunfo para atrair empresas grandes de diferentes setores do cenário do gás, “mas que tenham algum outro tipo de afinidade com o estado”. Ele dá como exemplos fabricantes de cerâmica, que aqui encontrarão boa argila; fabricantes de vidros, que terão à disposição areia de boa qualidade; e indústrias de cimento, já que Sergipe tem calcário de boa qualidade e em abundância.

“O novo cenário é um conjunto de fatores, como o gás barato, energia barata, possibilidade de geração elétrica, além da possibilidade de chegada dessas indústrias. Todos estes fatores formam um cenário promissor e poucas vezes visto no Brasil. Alinhado a tudo que o Governo do Estado tem feito, poderemos ter este avanço significativo da nossa economia”, destaca o secretário.

Ele também comemora a expansão da matriz energética de Sergipe, com o anúncio da instalação da usina de energia solar em Canindé do São Francisco, e prevê um futuro promissor para o estado  “Sergipe pode não ser apenas a estrela do gás, mas também a estrela da energia”. Confira a entrevista completa abaixo:

 

JC MUNICÍPIOS-    Nesta semana, Sergipe recebe a visita do ministro de Minas e Energia, que participará de evento que vai discutir o potencial da oferta de gás na região. Como o Governo Federal tem se manifestado em relação às novas descobertas de gás natural em Sergipe? O que a presença do ministro neste evento representa?

José Augusto Carvalho - Representa o aumento significativo da oferta do gás. Particularmente, Sergipe foi contemplado com estas descobertas. O Governo Federal e o Governo de Sergipe estão empenhados em fazer com que essa riqueza seja convertida em progresso e desenvolvimento  para o estado e o país. A presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é o testemunho da importância destas novas descobertas.

 

JC MUNICÍPIOS -    De que forma o Governo do Estado está alinhado à proposta do Governo Federal no tocante “ao novo mercado de gás” e ao papel das reguladoras estaduais na definição dos preços praticados?

J.A.C - O Governo do Estado está atuando de forma bastante forte para adequar a legislação estadual do gás. A Agrese está empenhada em adequar a legislação para facilitar a concorrência e atrair novos investidores.

 

JC MUNICÍPIOS -    Além de discutir o potencial de oferta de gás em Sergipe, o Simpósio também pretende ouvir o que pensam sobre o assunto os governos Federal e Estadual, bem como a iniciativa privada. O que se espera de resultados/ produto final deste simpósio?

J.A.C - O Simpósio pretende reunir na mesma mesa o Governo Federal, Estadual e empresas, tanto produtoras de gás, como empresas consumidoras destes produtos. O objetivo final é a atração de indústrias consumidoras para que se instalem em Sergipe gerando desenvolvimento, emprego e renda para os sergipanos.

 

JC MUNICÍPIOS-    O Governo do Estado já tem “uma concepção” formulada sobre o tema? Existe algum projeto ou planejamento em elaboração voltado a extrair as potencialidades deste novo cenário?

 

J.A.C - O Governo de Sergipe pretende atrair empresas grandes do cenário do gás, mas que tenham algum outro tipo de afinidade com o estado, por exemplo, fabricantes de cerâmica (Sergipe tem boas argilas), fabricantes de vidros (temos areia de boa qualidade), fabricantes de cimento (calcário de boa qualidade e abundância em Sergipe), além de fabricantes de fertilizantes.

 

JC MUNICÍPIOS -   Desde o anúncio da descoberta de novas fontes de gás natural em Sergipe, muito tem se falado do “novo cenário” e as “novas perspectivas do gás natural”. Que perspectivas são essas? Como a descoberta deste novo cenário vai impactar na vida do sergipano?

 

J.A C - O novo cenário é um conjunto de fatores, como o gás barato, energia barata, possibilidade de geração elétrica, além das indústrias citadas na pergunta anterior. Todos estes fatores formam um cenário promissor e poucas vezes visto no Brasil. Alinhado a tudo que o Governo do Estado tem feito, poderemos ter este avanço significativo da nossa economia.

 

JC MUNICÍPIOS -   Como o Governo do Estado pode agir para promover esse desenvolvimento e gerar emprego e renda para população? Além da grande oferta de gás natural, quais são os atrativos que o Governo pretende trabalhar para atrair potenciais investidores?

 

J.A.C - Sergipe tem uma legislação robusta de investimento industrial, a exemplo do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI. Se juntarmos essa legislação com os recursos naturais e energia barata, isto significa um novo cenário para industrialização e geração de empregos.

 

JC MUNICÍPIOS -    Neste novo cenário do gás, quais setores da economia sergipana vão se beneficiar diretamente? Como municípios diretamente afetados, como Barra dos Coqueiros, Santo Amaro e Pirambu, serão beneficiados?

J.A.C - O Governo de Sergipe está estudando, inicialmente, com quatro prefeituras, a criação de zonas industriais para a instalação dessas empresas. Isso será um trabalho em conjunto para que haja uma relação de harmonia entre indústrias, residências e meio ambiente. Assim, como todo estado, estas cidades terão aumento de renda e, consequentemente, desenvolvimento, econômico e social.

 

JC MUNICÍPIOS -   Há pouco tempo, setores da economia sergipana, a exemplo da indústria cerâmica, manifestaram críticas em relação ao preço “abusivo do gás” cobrado no Estado, o que gerou, inclusive, cerca de 500 demissões em uma única fábrica. O que se pode esperar deste novo cenário do gás no tocante aos anseios da população para que se reduza os preços de gás, sobretudo o de cozinha e o veicular?

 

J.A.C - O Governo do Estado não vende e nunca vendeu gás, sempre foi produzido pela Petrobras e distribuído pela Sergás, detentora do monopólio. Entre as alterações que serão propostas na legislação estadual está a revisão de contrato de cessão, a redução das tarifas de distribuição e a atração de outras empresas para trabalhar nessa área com a possível queda do monopólio. A redução do preço do gás será a consequência dessas ações.

JC MUNICÍPIOS -    Recentemente, o Governo do Estado noticiou o interesse de um consórcio de investir na instalação de uma gigante usina de captação de luz solar em Canindé do São Francisco. Como o senhor avalia os impactos deste investimento para o sertão de Sergipe? Como este investimento poderá desenvolver uma região que historicamente vive da agricultura familiar?

J.A.C - Em Sergipe todos os investimentos são bem-vindos. Canindé é uma região que se mostrou adequada pelos estudos efetuados por essa empresa e, certamente, serão apoiados e incentivados pelo Governo do Estado.

JC MUNICÍPIOS -    Levando-se em consideração que o estado já conta com a usina hidroelétrica de Xingó, em Canindé do São Francisco, a instalação da usina termoelétrica, na Barra dos Coqueiros, e a possível instalação da usina solar, também em Canindé, coloca Sergipe como uma referência nacional em matriz energética?

J.A.C - Quanto mais ampla a matriz energética, melhor para a região e para o país. Somando a Hidrelétrica de Xingó, a Celse, a Usina de Energia Eólica da Barra dos Coqueiros, a Usina do Parque de Energia Solar de Canindé de São Francisco e, possivelmente, uma nova termelétrica também na Barra dos Coqueiros, Sergipe pode não ser apenas a estrela do gás, mas também a estrela da energia.