16/01/2020 as 09:11

Emergência

Municípios sergipanos sofrem com falta de chuva

Segundo relatório, 11 se encontram em situação de emergência

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De acordo com o relatório do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, atualizado na última terça-feira, 14, onze municípios sergipanos estão em situação de emergência devido à ausência de chuvas. E esse número pode aumentar com a chegada do Verão.

Atualmente, quatro municípios já estão em situação de emergência por seca, que é um avanço da decretação por estiagem. São eles: Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto e Canindé de São Francisco.


Segundo o major Queiroz, secretário executivo do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, existe um trâmite para a decretação do estado de emergência que engloba as esferas municipais, estadual e o governo federal.


“Existem critérios para decretação de situação de emergência, através da instrução normativa 02, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Tem que ter pelo menos dois danos para se decretar essa situação. Quando se decreta por estiagem dura 180 dias, persistindo o município decreta por seca, que é um fenômeno mais agressivo. É preciso ter danos humanos e de exaurimento hídrico para o caso da seca. Os prejuízos estão relacionados à agropecuária, como perda de safra e também do peso vivo dos animais”, explica o major.


Estão em situação de emergência em decorrência da estiagem os municípios de Porto da Folha, Pinhão, Poço Verde, Frei Paulo, Monte Alegre, Gararu e Carira.

E toda essa operação de combate à seca vem sendo atendida pelo Exército através da Operação Pipa Federal, que assiste com 59 caminhões-pipa a uma população de mais de 67 mil pessoas (67.210).


O meteorologista Overlan Amaral, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), avalia que com a chegada do Verão a situação deve se agravar.


“Todo o semiárido está muito quente. Esse período de Primavera para o Verão reduz as chuvas, ascende a estiagem e, por vezes, a depender do período chuvoso anterior, se apresenta seco. Como o período chuvoso nosso, que é de abril a agosto, o nosso inverno, foi acima da média extraordinária, você ainda mantém, expressivamente, factualmente, climaticamente, o sentido das chuvas. As aguadas ainda têm água, com reservas de pastagens e alimentos. Você tem um estado de seca leve a moderada. Todo o semiárido está dessa forma. Vai paulatinamente entrando na Primavera para o Verão, a estiagem e a deficiência hídrica, que se resume em seca, vai se ampliando cada vez mais”, aponta Overlan.


Segundo o Monitor de Secas, no mês de novembro, em Sergipe, o índice combinado de longo prazo, bem como as informações relatadas por validadores locais, justificou o surgimento de uma área de seca grave no Alto Sertão Sergipano. Houve também o avanço da área de seca moderada no Centro Sul Sergipano e no trecho mais a leste do Baixo São Francisco.


Além disso, no Alto e Médio Sertão os impactos agora são de curto e longo prazo, enquanto no Baixo São Francisco, Grande Aracaju, leste e sul sergipano são apenas de curto prazo. Já o Agreste Central e Centro Sul do Estado mantiveram-se com impactos de longo prazo.


“Caso a situação persista, eles redecretam a situação. Hoje são 11, mas já existiu, em momentos pretéritos, nesse mesmo período, 29 municípios em situação de emergência. Ela vem diminuindo em 2018 e 2019 porque houve chuvas substanciais que deram aporte hídricos aos municípios. Essa seca é considerada moderada. Como o verão está sendo muito forte, possivelmente esse número tende a aumentar. Mais municípios já estão nos ligando para enviar documentações”, finaliza o major Queiroz.