22/06/2020 as 09:15

EDUCAÇÃO

Websérie auxilia crianças no aprendizado da matemática

A série é uma iniciativa do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) que vem movimentando a comunidade de Santa Luzia do Itanhy

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Lançada há pouco mais de um mês, a websérie “1 Pé de Banana Nanica” é uma realização coletiva que vem mostrando como as tecnologias sociais podem oferecer soluções criativas para a educação. Voltada ao ensino de matemática para alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental, a série é uma iniciativa do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) que vem movimentando a comunidade de Santa Luzia do Itanhy.

Com 13 episódios de menos de 10 minutos cada, em sua primeira temporada, a série está disponível no YouTube, no canal “Um Pé de Banana Nanica”, e conta a história do menino Mané e seus amigos. Os personagens usam noções matemáticas a exemplo dos algarismos, formas geométricas, frações e conjuntos para brincar e superar os desafios do dia a dia.

A série faz parte do projeto LiLo - Linguagem e Lógica, em parceria com a multinacional Sap. O IPTI é uma instituição sem fins lucrativos que conta com a parceria do Governo de Sergipe, por meio das Secretarias de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e da Educação (Seduc). De acordo com Jussara Alves, representante da Sedetec responsável pela ponte com o IPTI, a parceria visa fomentar projetos de economia criativa. “A websérie foi desenvolvida neste contexto, reunindo diversos atores com o objetivo de apresentar temas importantes para o desenvolvimento humano, como a educação básica e empreendedora. A série reflete como o engajamento gera um resultado participativo, de qualidade e relevância”, diz.

O estudante Alef Nascimento, que deu vida ao protagonista da série, afirma que o projeto lhe trouxe oportunidades. “Fiz uma audição e passei. Fiquei muito feliz de ser o protagonista e desejo seguir a carreira. O IPTI trouxe muitos benefícios, como educação, ensino e cultura”, salienta Alef. Já Denilma Conceição, que interpreta a personagem Tia Lena, afirma que a série representou um grande passo em sua vida profissional. “Foi uma porta aberta que vai enriquecer meu currículo, já que sou aluna de Licenciatura em Teatro. A série foi pensada em uma linguagem fácil, para que as crianças possam assistir e entender. O IPTI nos ajuda a fortalecer nossos vínculos sociais, já que somos uma comunidade remanescente de quilombo, um vilarejo de pescadores”, destaca.

PRODUÇÃO
Maurício Torres Branco, idealizador do LiLo, afirma que o projeto visa ensinar matemática de forma divertida. “A série entra como um primeiro contato para mostrar atividades do cotidiano e apresentar conceitos matemáticos. A construção da primeira temporada levou um ano e meio entre concepção, pré-produção, produção e pós-produção”, relata, salientando que a produção da segunda temporada já está em andamento. Maurício lembra que a série foi construída de forma integrada e multidisciplinar, envolvendo outros projetos e tecnologias sociais do IPTI. O projeto Romanceiros do Itanhy foi responsável pelo argumento e o roteiro da série, a Orquestra Imaginária Ploc colaborou com as trilhas sonoras e o projeto audiovisual LuCA participou da construção de cenários, atuação, animação e edição. Marcel Magalhães está à frente da produção audiovisual no Instituto e é uma das lideranças da Vixe Filmes, produtora parceira e responsável pela série. “Os recursos visuais e efeitos, junto com a forma de contar a história, auxiliam na compreensão dos conteúdos e incentivam a criança a querer conhecer mais. É um material que pode complementar o apoio pedagógico.

Nesta época de pandemia, a série é uma ferramenta para apoiar professores e alunos”, considera. HISTÓRIAS Assinando a animação da série, Elizeu Gonçalves mantém seu vínculo com o IPTI desde 2011. Tendo começado como aluno, tornou-se voluntário, monitor e chegou a estagiário. Hoje, Elizeu integra a Vixe Filmes.“Foi a primeira vez que fiz uma animação mais séria. Continuei estudando e fiz outras animações. O principal impacto do IPTI é fazer com que os jovens tenham uma visão diferente.

Mudaram a minha mentalidade e a de muita gente em Santa Luzia, os cursos fizeram a gente ter uma qualidade de vida diferente”, pontua. Ramon Douglas é um dos produtores da série e também membro da produtora. Semelhante a Elizeu, Ramon iniciou sua trajetória no Instituto em 2012. “O IPTI não trabalha para mudar a vida da pessoa, mas seu horizonte. Santa Luzia é uma cidade pobre, as pessoas geralmente precisam sair de lá para trabalhar. Ninguém de lá se imaginou sendo ator. A intenção é que eles tomem conhecimento de que tem uma escolha a mais”, finaliza.