20/08/2019 as 09:33

AMEAÇOU SE MATAR

Sequestrador, que ameaçou incendiar ônibus no Rio, estava em surto psicótico

De acordo com o Bope, jovem espalhou gasolina pelo ônibus e estava com isqueiro, faca e arma de choque

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O sequestrador, Willian Augusto da Silva, de 20 anos, estava em surto psicótico na manhã desta terça-feira (20) quando invadiu um ônibus na Ponte Rio-Niterói, permanecendo por três horas e meia com 37 reféns parados na altura do vão central, na pista sentido Rio.

Por volta das 9h04 desta terça-feira, 20, vários tiros foram disparados e a polícia logo confirmou que Willian foi baleado e morto por um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope). 

O governador do estado, Wilson Witzel, que concedeu coletiva à imprensa no início da tarde, considerou um sucesso a operação que terminou com a morte de Willian. “Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. Durante a negociação ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria parar o estado."

Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, que foi o responsável pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a polícia a iniciar a “negociação tática” que culminou nos disparos fatais. “No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado, com garrafas PET com gasolina penduradas e ele tinha um isqueiro, então a ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim."

Por motivo de sigilo no inquérito, Nunes não revelou quantos atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. “Foram disparados os tiros necessários para ele parar. Ele também tinha uma faca e uma arma de choque”, informou o tenente-coronel.

O sequestrador foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, mas não há informações se ele chegou com vida ou já morto à unidade de saúde. A Polícia Civil assumiu a ocorrência e a Delegacia de Homicídios da capital será a responsável por conduzir o inquérito, que está em sigilo.

William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo.