29/11/2019 as 16:25

MANCHA DE ÓLEO

'Perdemos o timing', diz coordenador-geral do Cenima, do Ibama

Já são 803 áreas afetadas até o momento, e não se sabe nada sobre a origem do produto

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Até ontem, 28, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente computou 803 pontos com registro de mancha de óleo no litoral brasileiro. Segundo o coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), do Ibama, Pedro Bignelli, a origem do produto que causou um dos maiores desastres ambientais está longe de ser esclarecida, conforme divulgou o portal G1.com. 

Ele explica que as prioridades do governo têm sido o combate às manchas nas praias, pensando na questão humana, econômica e dos banhistas, o que tem dificultado a identificação da causa e origem do óleo. "Perdemos o 'timing'. Quanto mais passa o tempo, mais difícil encontrar a origem das manchas de óleo. Você perde as conexões, precisa mapear as correntes e, como espalhou demais, puxar o fio da meada é complicado", disse Pedro

Esse é o terceiro mês desde que as manchas surgiram. As primeiras, segundo o Ibama, surgiram no dia 30 de agosto nas praias da Paraíba. De lá para cá, os números só cresceram. Em setembro foram 118 registros e em outubro 172. Em novembro os pontos atingidos subiram quase três vezes em comparação ao mês anterior e já somam 509 áreas, computados até ontem, 28. 

Foi devido às mudanças de metodologia do Ibama para registrar os pontos com manchas de óleo, que o número de casos em novembro mais que dobraram. Antes, fazia-se o registro conforme apareciam os relatos. Agora, cada localidade registrada é referente a 1 km de praia. Isso significa que, se uma faixa de areia de 10 km tiver registro de óleo em toda a sua extensão, serão registrados 10 localidades com sinal de poluição.

Em Sergipe, a Frente Unificada estará com equipes do Ibama e do ICMbio realizando monitoramento até a praia de Mangue Seco, no município de Jandaíra, na Bahia, no próximo final de semana. Além disso, alunos do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros seguirão auxiliando no trabalho de limpeza das praias durante o fim de semana.  As equipes de campo seguirão realizando o trabalho de coleta de resíduos nas praias atingidas. Será feito ainda o monitoramento da presença de óleo no litoral norte e sul.

São 270 pessoas de diversos órgãos, além de homens do Exército Brasileiro, atuando para o monitoramento e limpeza das praias, estuários e rios do Estado de Sergipe. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedurbs) orienta que voluntários não descartem o óleo recolhido em lixo comum, mas sim nos locais indicados pela Frende Unificada, sendo eles Ecopontos da Petrobrás, pois serão encaminhados para armazenamento temporário no Pólo de Gerenciamento de Resíduos Perigosos da Petrobras, em Carmópolis, onde aguardam a destinação final ambientalmente correta.

Além disso, a população que tiver contato com a substância oleosa e quando houver alguma reação adversa, deve procurar imediatamente atendimento médico. É fundamental o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas impermeáveis (preferencialmente PVC), calçados fechados, máscaras e protetor solar. 

O órgão chama atenção para o fato de ser extremamente perigosa a reutilização do material coletado. Entre as orientações da Sedurbs, está também o fato de ter cuidado extra na retirada do mateiral, para que seja removido o mínimo possível de areia. 

|Da redação do JC Online, com informações do portal G1.com 

|Foto: André Moreira