10/09/2020 as 08:49

ATIVIDADE INDUSTRIAL

Faturamento da indústria cresceu 7,4% no mês de julho

Indústria nacional tem mostrado recuperação vigorosa e, somente no mês de agosto, foram 12 mil veículos por dia vendidos no país, o que dá uma média de 48 mil por mês

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Faturamento da indústria cresceu 7,4% no mês de julhoJadilson Simões/Da equipe JC

A Agência Brasil divulgou que, em julho, a atividade industrial continuou em trajetória de recuperação, passando a reverter parte da queda acumulada em março e abril, segundo dados dos Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a publicação, o faturamento real, horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada (UCI) aumentaram pelo terceiro mês consecutivo.

Ainda de acordo com o balanço, o faturamento real da indústria aumentou 7,4% em julho, considerando a série dessazonalizada, acumulando alta de 34,5% nos últimos três meses. Assim, o faturamento está 1,7% menor que o registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia.

O economista e professor Neidázio Rabelo pontua que a indústria nacional tem mostrado uma recuperação vigorosa, isso é percebido quando analisado a venda de automóveis no mês de agosto, foram 12 mil veículos por dia vendidos no país, o que dá uma média de 48 mil por mês. “E a indústria tem a expectativa de chegar aos 100 mil carros vendidos em setembro, isso é muito próximo do que era vendido antes de crise, de cerca de 120 mil a 130 mil”.

Rabelo revela que a indústria automobilística tem uma “puxada” muito forte em termos da indústria de base. A primeira delas é a do aço, que é alavancada por esse setor, ainda tem a de combustíveis, óleos e lubrificantes, seguros de carro, acessórios e etc. “Ou seja, em volta da indústria de automóveis existem diversos outros setores”, disse.

A segunda indústria que tem sido importante é a de linha branca. Muitas famílias têm aproveitado para trocar geladeira, fogão e outros eletrodomésticos, no entanto, essa ainda não mostrou uma recuperação clara, pois as pessoas ainda estão investindo em setores mais básicos, explica o economista.

“A terceira indústria mais importante e a que mais emprega é a construção civil, e ela está demonstrando neste começo de retomada do crescimento uma visão promissora, pois o novo modelo de financiamento habitacional da Caixa fez com que se torne bem sedutor comprar a casa própria, pois o juros que eram de 9% a 12% baixaram para 5% a 7% ao ano, o que vai tornar a parcela cabível no bolso das famílias”, disse Neidázio, complementando ainda que muitos setores estão mostrando dinamismo, sendo que as indústrias de medicamentos e alimentos mantiveram-se em crescimento, pois eram os únicos locais permitidos frequentar.

Sobre Sergipe, o economista destacou que o Estado tem um setor industrial muito limitado, mesmo comparada com sua própria população, pois a indústria local é voltada para commodities. “Temos o leite na região de Glória, o milho em Simão Dias e algumas indústrias de transformação, mas são indústrias voltadas para coisas pontuais, não há um cadeamento industrial. Por exemplo, nós produzimos milho mas não transformamos o milho em grande escala”, comentou.

Na concepção do especialista, o que falta em Sergipe é uma política industrial atrativa onde o empresário não tenha que fazer antecipação tributária. “Com a descoberta desse manancial de gás, poderíamos fazer uma revolução industrial usando esse gás para atrair indústrias, pois temos matéria-prima, rodovias e o incentivo do gás. O que falta é uma política governamental voltada para a industrialização do nosso Estado. Esse é o primeiro passo para o crescimento”, finalizou.

|Da equipe JC

||Foto: Jadilson Simões