Vereadores questionam dados oficiais da CMA

Após a repercussão de matéria veiculada pelo JORNAL DA CIDADE On-line e também na edição impressa desta quarta-feira, 18, sobre o número de ausências dos vereadores do Município de Aracaju, alguns parlamentares procuraram o jornal para rebater os dados expostos.

Vale ressaltar que os números foram fornecidos pela própria Câmara Municipal de Aracaju (CMA), mas, segundo os parlamentares, eles diferem, e muito, da realidade.

De acordo com o vereador Cabo Didi (Rede), o painel que computa a presença do parlamentar acusava sua ausência em detrimento da presença do ex-vereador que deixou o cargo, neste caso específico a vereadora Kitty Lima (Rede).

“Houve erro e gravíssimo. Quando a gente saiu para pesquisar os dias das faltas vi lá Kitty Lima presente e eu como ausente. Isso em vários relatórios. Quando eu colocava a minha presença aparecia Kitty Lima e eu como ausente. Eu só tive uma falta e justifiquei que estava doente”, explica Didi.

Segundo ele, esse equívoco é danoso para o seu mandato. “Provoca um estrago grande. É como se você pegar um punhado de areia e sacode no vento e não consegue pegar de volta. Quando eu peguei a relação e vi presente Professor Bittencourt, Iran Barbosa e Kitty Lima e na ausência eu, Zé Valter e Camilo Lula, aquilo me doeu o coração. Eu não tenho uma falta na polícia e em seis meses ter tanta falta”, lamenta o parlamentar.

Quem também se sentiu prejudicado com a divulgação de faltas foi o vereador Camilo Lula (PT). Segundo ele, o relatório repassado pela Câmara foi o grande problema.

“Eu não costumo faltar. Acredito que tive uma ou duas faltas. Eu achei um absurdo todas aquelas faltas. Se você pegar o dia que eu faltei eu mostro qual foi o pronunciamento que fiz aquele dia, porque eu não costumo deixar de falar. Além disso, a gente foi pego surpresa. Por exemplo, no dia 20 de fevereiro de 2019 eu não era vereador e estou aqui como ausente. A disseminação de uma notícia equivocada pode destruir a imagem de alguém que está na vida pública. A questão não foi a notícia, foi o relatório repassado e como disseminou”, pontua Camilo.

O vereador Zé Valter (PSD) está na mesma situação e responsabiliza a Câmara Municipal. “Eu acho que o erro maior, a responsabilidade é da Câmara de Vereadores de Aracaju, que repassou essa informação. Ela é que tem que se retratar e procurar fazer as coisas corretas. Você perguntou pelas faltas, não tem nada a ver dizer que o vereador trabalha fora, que é médico, que é isso ou aquilo. Não tem que dar desculpa nenhuma”, esclareceu o parlamentar.

As desculpas em questão se dão em razão de a porta-voz do órgão participar de uma entrevista de rádio e declarar que os parlamentares não realizam o trabalho apenas dentro da Casa Legislativa, durante a sessão ordinária. Segundo o vereador Didi, isso vai de encontro ao trabalho desenvolvido pelo vereador Américo de Deus (Rede), que, de acordo com o relatório, não obteve nenhuma ausência.

“Comentei no plenário em relação a Américo e como a assessora disse no rádio que quem tem falta é porque está nas repartições. Então, Américo não vai para repartição nenhuma, só trabalha aqui dentro. Foi uma defesa que prejudicou mais ainda. Seria mais humilde falar que foi um desencontro e que iria consertar e mandar de volta para o jornal. Seria até mais louvável”, disse Didi.

Aliás, parece que o equívoco nas informações repassadas não atingiu apenas os suplentes que assumiram este ano. O vereador Fábio Meireles (PPS) explicou a sua situação.

“Graças a Deus ficou provado que não houve falta. A sexagésima segunda sessão não aconteceu. Na sexagésima oitava eu estava na sessão e, pasmem os senhores, estava na ata oficial da Câmara de Vereadores a minha presença e a minha ausência. Eu nunca vi isso. Ou seja, se faz um jornalismo sério, porém a informação que foi repassada aqui pela Câmara foi incorreta. Não sabíamos da solicitação feita pelo JORNAL DA CIDADE. Isso é ruim para nós”, finalizou Fábio Meireles.

| Fotos: Gilton Rosas