20/09/2019 as 08:21

DESTACARAM PREOCUPAÇÃO

TCE discute fechamento de sede da Petrobras em Sergipe

Importância da petrolífera e paralisação da Fafen foram destacadas.

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Na sessão de ontem, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) destacaram preocupação com o encerramento do funcionamento da sede administrativa da Petrobras no próximo ano. Antes de iniciar os julgamentos dos processos, o colegiado alertou o “caos” que a medida poderá provocar, principalmente na área econômica.


O tema da Petrobras foi, inicialmente, levantado pela conselheira Susana Azevedo que relembrou o discurso feito em março deste ano sobre a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). “Está saindo de Aracaju depois de décadas de desenvolvimento no solo sergipano. Somaremos um prejuízo sem proporções para toda a economia de Sergipe, deixando lacunas em diversas cadeias produtivas, sem falar nas famílias inteiras que terão de mudar de residência e se fixar em outro Estado”, comentou.


De acordo com a conselheira Susana Azevedo, é necessário que seja feito um apelo que se preserve o patrimônio nacional em Sergipe. “Abro um parêntese para ressaltar que em junho deste ano saiu nas melhores publicações do país a descoberta na bacia no nosso Estado. A maior! Com potencial de extração de 20 milhões m³ de gás natural por dia na área de Cumbe, Barra, Moita Bonita e Poço Verde. Então, como é que a Petrobras fecha o escritório quando descobrem uma bacia dessa? Depois de uma descoberta dessa o escritório ser fechado? É uma incoerência da Petrobras”, questionou.


Além de Susana, o conselheiro Carlos Pinna também indagou a medida e apontou o fato de natureza histórica durante a sessão na Corte de Contas. “O que nós estamos prestando atenção é de extrema relevância para a economia do Estado. É contraditório. É importante que se registre que a Petrobras é um orgulho. Daqui tivemos, inclusive, contribuições políticas relevantes, como é o caso da responsabilidade política do ex-presidente José Eduardo Dutra. Era tão destacado em Sergipe que, do menor escritório, saiu o presidente da estatal no começo do governo Lula, em 2003”, opinou.


A conselheira Angélica Guimarães também reforçou o coro na sessão e salientou os riscos na economia do Estado. “Sergipe passa por uma situação difícil e interessante que permaneça para que os impostos continuem chegando para nosso Estado em maior quantidade, já que é dividido para quem tem maior produção”, frisou.

 

 

| Reportagem: Mayusane Matsunae

|| Foto: TCE/Divulgação