27/09/2019 as 08:05
BUSCANDO APOIOCategoria buscou apoio de deputados em audiência na Assembleia
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A divulgação do fechamento do escritório e encerramento das atividades da Petrobras em Sergipe motivou os funcionários da empresa, representados pelo Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro), a ocuparem o plenário da Assembleia Legislativa na manhã de ontem, 26. Os petroleiros buscam apoio do Poder Legislativo pela permanência da sede da Petrobras no Estado.
A deputada estadual Maria Mendonça (PSDB), autora da indicação da mobilização de hoje, defende que toda a classe política sergipana se una para impedir o encerramento da empresa estatal em Sergipe. A Petrobras tem sua sede administrativa instalada na Rua Acre, em Aracaju, mas todas as suas unidades tendem a ser gradualmente desocupadas.
“Esperamos que toda a classe política e os colegas parlamentares se unam por essa causa. Essa ideia de encerrar a Petrobras em Sergipe nos deixa estupefata”, declarou Maria, enfatizando que a causa independe de partido político, uma vez que empresa é de interesse do povo de Sergipe.
Impactos socioeconômicos
Os pontuais problemas socioeconômicos que serão gerados com o fechamento da Petrobras em Sergipe foram apresentados pelo diretor do Sindipetro, Bruno César Saraiva. O sindicalista falou sobre desvantagens e perdas com o fechamento da Petrobras. O desemprego (direto e indireto), o encerramento de convênios com hotéis, planos de saúde, restaurantes e até da arrecadação pelo Governo de Sergipe pelo ICMS foram apontados por Bruno. Para ele, a saída da Petrobras de Sergipe é frustrante, pois há impactos diretos num efeito cascata.
“Para o Estado de Sergipe, a saída da Petrobras é amplamente frustrante. Para os trabalhadores, o impacto será imediato, com a perda de 1.200 empregos diretos. Precisamos perceber os desempregos indiretos que a própria cadeia econômica e social da Petrobras envolve, sejam fornecedores, seja rede hospitalar de médicos credenciados, escolas particulares, hotéis e restaurantes, entre outros fornecedores envolvidos. Essa decisão do Governo Federal só engrossa a fila do desemprego no Estado. Sergipe já amarga a 5ª posição em número de desempregados proporcionalmente no país e esse número só crescerá”, alertou o sindicalista.
Fafen
O diretor do Sindipetro lembrou ainda que em janeiro deste ano a Petrobras decidiu fazer a hibernação da Fafen e que a atitude provocou o desemprego de 700 funcionários da unidade no Vale do Cotinguiba. “É perceptível um processo crescente de desmobilização e desmonte da Petrobras em Sergipe. Há uma ação pontual, e já se percebe que o próximo fechamento em Sergipe será a sede da Petrobras no Tecarmo”, compreendeu.
De acordo ainda com Bruno Saraiva, o fechamento vai representar impactos econômicos, financeiros, ambientais, culturais, sociais e do próprio desenvolvimento econômico em Sergipe. “Todos os setores que têm interface com a Petrobras sofrerão impactos negativos. Os municípios produtores terão impactos na redução de tributos, entre outros impactos”, expôs.
Segundo Giovanni Alves dos Santos, técnica ambiental e integrante da diretoria do Sindipetro, “essa situação nos traz muita angústia. Os trabalhadores estão entrando em depressão por estarem extremamente nervosos. Fomos pegos de surpresa, pois a Petrobras estava com uma grande política de investimento no Estado e não tínhamos essa expectativa de fechar de repente”, desabafa.
Compromissos
Os deputados da Casa Legislativa foram solidários aos sindicalistas petroleiros e manifestaram apoio incondicional pelo não fechamento da Petrobras em Sergipe. Participante da audiência, a deputada Kitty Lima (PPS), juntamente com o deputado Georgeo Passos (PPS), disse que se somarão com os trabalhadores pela permanência da estatal em Sergipe.
O deputado Luciano Pimentel (PSB) também sinalizou positivamente em favor da permanência. O deputado contou que desde o ano de 2015 já observava o comportamento da Petrobras ante a iniciativa de encerramento das atividades no Estado.
O presidente da Alese, Luciano Bispo (MDB), garantiu falar com os presidentes de Assembleias Legislativas do Nordeste no dia 1º de outubro, em Maceió. “Pedirei para que seja incluída na pauta de discussões a questão da Petrobras”. O presidente disse ainda que, dada a importância do assunto, é necessário buscar inserir a participação e apoio de todos os deputados federais e senadores nesse diálogo.
| Foto: Jadilson Simões