06/07/2020 as 08:05

ENTREVISTA

Katarina Feitosa: ‘Não serei uma pré-candidata a vice-prefeita decorativa

Indicada pelo governador Belivaldo Chagas, ela chega para disputar a indicação de vice na chapa de reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira

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O CONGRESSO NACIONAL DEFINIU QUE HAVERÁ ELEIÇÃO MUNICIPAL ESTE ANO. PARA ALGUNS ISTO AINDA É UMA INCÓGNITA E VAI DEPENDER DO CONTROLE DA PANDEMIA. MAS, CERTO MESMO, ATÉ O MOMENTO, É A PARTICIPAÇÃO DE VÁRIOS DELEGADOS DE POLÍCIA NA DISPUTA ELEITORAL EM ARACAJU. E O ÚLTIMO DESSES NOMES A SURGIR NO CENÁRIO FOI A DA EX-DELEGADA GERAL DE POLÍCIA, KATARINA FEITOSA (PSD).

INDICADA PELO GOVERNADOR BELIVALDO CHAGAS, ELA CHEGA PARA DISPUTAR A INDICAÇÃO DE VICE NA CHAPA DE REELEIÇÃO DO PREFEITO EDVALDO NOGUEIRA (PDT) E APRESENTA A SUA EXPERIÊNCIA DE GESTÃO E TRABALHO TÉCNICO NA SSP COMO CONTRIBUIÇÃO IMPORTANTE. O JORNAL DA CIDADE CONVERSOU COM ELA PARA APRESENTAR AOS LEITORES O QUE PENSA A NOVA POSTULANTE A VICE-PREFEITA DA CAPITAL. ACOMPANHE ABAIXO:

JORNAL DA CIDADE - A senhora pretende mesmo entrar na política? Qual a sua motivação para dar um tempo na Segurança Pública e ingressar neste novo mundo?
KATARINA FEITOSA - Sim, tenho um perfil conhecido por ser técnica, mas também conciliadora. Tenho muitos projetos pessoais que contemplam o coletivo e com o passar dos anos notei que eles jamais poderiam ser colocados em prática sem mergulhar no universo da política. É esse mundo que até então é um desconhecido para mim que pretendo desbravar. As pessoas notam em mim um espírito de liderança, de gestão, de diálogo, de envolvimento intenso com os projetos, e essas características, sejam como delegada de polícia ou como política, jamais irei perdê-las.

JC - Qual é o seu objetivo na eleição deste ano? Pretende ser indicada vice na chapa com Edvaldo Nogueira ou pode disputar mandato de vereadora? KF - Quando fui convidada para colocar meu nome à disposição para a pré-candidatura a vice-prefeita na chapa de Edvaldo Nogueira entendi que o meu partido, o PSD, e o governador Belivaldo Chagas, responsável por minha indicação, conseguiu ver em mim uma pessoa que estava preparada para assumir um dos maiores desafios da minha vida. Por mais de dez anos ocupei cargos públicos de chefia na Polícia Civil e tenho orgulho de dizer que deixei marcas positivas por onde passei. Porém, tenho humildade de reconhecer que se não for indicada a compor a chapa do prefeito Edvaldo voltarei para o meu mundo natural, que é a Polícia Civil. No tocante a ser candidata a vereadora, prefiro deixar as coisas acontecerem naturalmente. Hoje não tenho essa ideia amadurecida.

JC - A senhora já conversou com o prefeito Edvaldo, o governador Belivaldo ou com as lideranças do PSD sobre a possibilidade de ser indicada vice na chapa de Edvaldo Nogueira?
KF - Como disse, a indicação para colocar meu nome à disposição do pleito eleitoral de 2020 foi do governador Belivaldo Chagas. Há seis meses, ele me pediu para que me filiasse ao PSD e até brinquei perguntando se custava alguma coisa (risos). Confesso que não imaginava que o governador tinha planos políticos pra mim, mas hoje admito que ele viu em mim um perfil que nem eu mesma sabia que tinha: ser política. Já a minha relação com Edvaldo sempre foi cordial e republicana. Quando estava no comando da Polícia Civil, pedi ajuda da Prefeitura de Aracaju para higienizar as delegacias da capital, em virtude da pandemia do novo coronavírus, e também uma campanha de vacinação exclusiva contra a gripe influenza H1N1 para todos os policiais civis. O prefeito, gentilmente, atendeu todas as minhas demandas.

JC - Como a senhora avalia a gestão de Edvaldo em Aracaju? O que vai bem e o que precisa melhorar?
KF - Como cidadã, noto que Edvaldo está fazendo uma boa gestão. A administração pública municipal flui com naturalidade sob o comando dele. Quando se administra uma cidade com a grandiosidade de Aracaju sempre é possível melhorar. Com planejamento, metas, gestão e equipes eficientes o povo sempre sairá ganhando.

JC - Quem apoia este seu projeto de ingressar na política? A senhora tem dialogado sobre política com o governador?
KF - O governador Belivaldo Chagas e seu grupo político. Neste momento de pandemia o foco está voltado para a solução de problemas sociais e econômicos ligados a essa crise e, naturalmente, o assunto “política” tem ficado em segundo plano.

JC - Por que tantos delegados estão se mostrando interessados na disputa eleitoral em Aracaju?
KF - As pessoas estão buscando referências de políticos fora da política. Parece um paradoxo, mas mostra que precisamos interpretar essa mensagem que a população está manifestando. Para mim, isso quer dizer que as pessoas entendem que a política é o meio necessário para atingir o bem comum e, ao mesmo tempo, a população tem buscado perfis de políticos que prezem pela ética, realizem uma administração técnica e transparente e sejam atentos aos anseios coletivos. Nesse prisma, entendo que não somente delegados, mas qualquer pessoa engajada nos anseios coletivos seja convocada pelo povo para representá-lo.

JC - A sua colega Danielle Garcia tem feito críticas à administração do prefeito Edvaldo, principalmente em relação às ações de combate à pandemia. Como a senhora avalia as críticas de Danielle?
KF - Todos têm direito de tecer críticas a quem bem entender, inclusive ao prefeito Edvaldo Nogueira. Particularmente, entendo que o prefeito está desenvolvendo um trabalho bastante técnico e exitoso para combater o coronavírus. A Covid-19 tem matado muitos sergipanos e aracajuanos. Não podemos vacilar e nem brincar com essa doença. A ciência ainda não tem respostas contra esse vírus; portanto, para proteger o nosso bem maior, o prefeito tem adotado medidas duras e até impopulares, mas até agora todas, dentro do cenário em que vivemos, têm se mostrado acertadas. É a população que fará o melhor julgamento.

JC - Quais as suas propostas para a cidade, quais os seus projetos, o que a senhora pensa para Aracaju?
KF - Em primeiro lugar, não serei uma pré- -candidata a vice-prefeita decorativa. O meu perfil é de proativadade, estarei atenta a todos os planejamentos. Participarei de tudo o que diz respeito ao desenvolvimento e crescimento da cidade. Concretamente, penso em projetos pilotos para os bairros onde as necessidades sociais são maiores. Tenho urgência em associar todas as áreas de Assistência Social, Desenvolvimento Urbano e Segurança Pública nesses locais periféricos da cidade. Os anos à frente do comando da Polícia Civil me fizeram constatar na prática que a segurança pública não pode ser considerada a única responsável no combate e redução da criminalidade. É um somatório de esforços. E não abro mão de coordenar tudo isso.

JC – Uma agente da Polícia Civil foi nomeada para ocupar um cargo no Coaf. Qual a sua participação nisso?
KF - Primeiro, minha gestão à frente da Polícia Civil sempre foi marcada por projetos importantes e com pessoas fundamentais. Vi o secretário João Eloy criar o Deotap há mais de dez anos. Antes era uma delegacia simples e que ficava em uma área pequena da Secretaria da Fazenda. Pouco depois veio o Laboratório contra a Lavagem de Dinheiro, fundamental para monitorar movimentos financeiros incomuns. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é muito importante para o Brasil e atua junto com os Laboratórios contra a Lavagem de Dinheiro no Brasil. O Coaf tem a atribuição de produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores econômicos contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. É um mecanismo muito útil em investigações policiais. Sergipe é um dos cinco estados que disponibilizaram policiais civis para atuar no conselho. Mandamos para Brasília a agente da Polícia Civil Graça Brandão para atuar especificamente na produção de Relatórios de Inteligência Financeira (RIF). Temos orgulho de ter adotado medidas que inibem os chamados crimes de “colarinho branco” e também de fortalecer a Polícia Civil de Sergipe e não poderíamos agir de forma diferente, já que nós (eu e o secretário de Segurança João Eloy) fomos os responsáveis em trazer o LAB (Laboratório de Lavagem de Dinheiro) para a Polícia Civil de Sergipe, sendo o nosso Estado um dos primeiros do país a implementar esse laboratório.