10/05/2022 as 14:50

SERGIPE

Sindiprev/SE reivindica realização de concurso público

Outra questão abordada pelo Sindiprev em relação à informatização do INSS

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Representantes do Sindicato da Previdência de Sergipe (Sindiprev/SE) utilizaram o espaço da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), na manhã desta terça-feira, 10, e discutiram sobre o desmonte da previdência no Brasil e a urgência na realização de concurso público para a instituição.

Para os servidores, o INSS chegou num caos administrativo em que eles têm denunciado diariamente Brasil afora. O Sindiprev informou na Tribuna Livre que existem cerca de 3 milhões de processos em atraso por falta de servidores e as famílias aguardam, no mínimo, 8 meses para que o servidor avalie aquele requerimento. “Nós tínhamos em Sergipe, em 2016, 1.100 servidores e hoje temos apenas 192 e com a demanda altamente crescente. Na agência da Ivo do Prado, tínhamos 86 servidores, hoje temos apenas 10. Na pandemia tivemos um acréscimo de requerimento de pensão em 30% e as famílias tiveram que aguardar uma média de 1 ano para o atendimento. Além disso, temos servidores que estão adoecendo e com depressão, fruto de uma gestão que não reconhece que é necessária e urgente a realização de um concurso público”, denunciou o coordenador geral do Sindiprev, Joaquim Antônio Ferreira de Souza.

Outra questão abordada pelo Sindiprev é em relação à informatização do INSS. Segundo Joaquim a inteligência artificial que o governo instalou na instituição não está resolvendo os problemas nos processos e as pessoas não conseguem atendimento via internet. “Qualquer pessoa pode acessar esse sistema e ver a dificuldade que é. Vemos diariamente e a população totalmente abandonada e refém desse sistema. Do outro lado, temos servidores oprimidos pelo governo, que têm o salário-base menor que o salário mínimo, o resto é gratificação, que é atrelada ao desempenho, e não temos como fazer por não ter aparato tecnológico e nem servidores para suprir a demanda”, explicou.

“Nossa greve tem o intuito de despertar na sociedade a necessidade de reestruturar o INSS. O governo não investe em tecnologia, que tem que caminhar lado a lado do atendimento presencial. Muitas pessoas não sabem manusear sistemas, principalmente as mais humildes. A população paga por um sistema que não funciona. Nós estamos aqui hoje para convidar os vereadores para se juntar nesse coro. Precisamos de concurso público. O INSS pede socorro. O INSS é vital para as cidades. Nós dizemos sempre: Respeite nossa história”, finalizou.

Apartes
Em aparte, os vereadores de Aracaju se solidarizam com os servidores do Sindiprev. Isac (PDT) disse que há uma intenção clara e contundente no desmonte do serviço público por parte do Governo Federal “Mais de R$1 bilhão a menos no orçamento da previdência e o governo prefere investir no chamado Auxílio Brasil, subtraindo recursos da previdência para fazer a política da miudeza, a política fisiológica. O exemplo que o Sindiprev deu de resistência a esse governo é um marco nesse país”, disse. Já a Professora Ângela (PT) disse que é importante que a população entenda os motivos da greve do INSS. “É a primeira vez que o bojo das reivindicações sindicais são para realização do concurso público. Quando o Estado deixa de fazer concurso, nega todos os direitos trabalhistas. Que essa luta seja vitoriosa”, espera.

Linda Brasil (Psol), Ricardo Marques (Cidadania), Emília Corrêa (Patriota) e Sheyla Galba (Cidadania) reforçaram o coro em defesa na realização de concurso público para o INSS. “Esses servidores estão passando por um momento difícil de terceirização dos serviços públicos, com retirada de direitos. Como vereadores, podemos sim contribuir com essa luta. Sabemos da importância do INSS e é terrível esse sucateamento que está acontecendo”, falou a vereadora Linda Brasil.

Tribuna Livre
Tribuna Livre é um espaço democrático no qual todos os cidadãos podem se manifestar sobre assuntos que sejam de interesse da comunidade e que podem precisar de alguma intervenção dos vereadores. Durante as sessões, pessoas previamente inscritas, visitantes e pessoas convocadas para prestar informações podem falar no espaço. De acordo com o Regimento Interno, a palavra só pode ser concedida pelo Presidente da Câmara.

 

Foto: Gilton Rosas