04/05/2024 as 04:52
ENTREVISTAENTREVISTA: Cristiano Cavalcante | Líder do governo de SE na Assembleia Legislativa
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Contando com o apoio de 20 dos 24 deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Sergipe, o govenador Fábio Mitidieri, que se encontra em período de licença por motivo de viagem, tem tranquilidade para comandar e gerir a máquina administrativa. “Há unidade no bloco”, diz o líder Cristiano Cavalcante, admitindo que “discordâncias são naturais. Liderança não é imposição, é diálogo. Por isso, há ajustes como, por exemplo, ocorreu no projeto de lei que criou o Rode Bem”. Cavalcante considera a oposição na Assembleia conversável, e, em entrevista ao Jornal da Cidade, afirma que “é necessário existir a oposição para que a democracia seja plena. Não considero as pautas da oposição como barulho, mas também não gera preocupação”. Veja a seguir os principais trechos da entrevista:
Por Eugênio Nascimento
JORNAL DA CIDADE - Há quantos meses o senhor é líder do governo na Assembleia? Essa função demanda muito do seu tempo?
CC - Estou na liderança do governo na Assembleia Legislativa desde o início de nosso mandato, em fevereiro do ano passado. É uma missão árdua e demanda muito tempo, mas também me permite compreender a visão dos demais colegas, e auxiliar na resolutividade de questões inerentes ao diálogo com o governo do estado.
JC - Quantos são os membros da bancada governista? Todos seguem realmente a orientação do líder e consequentemente do governo?
CC - Ao todo, a base governista conta com o apoio de vinte dos vinte e quatro deputados. Naturalmente, cada deputado tem liberdade de decidir seu voto acerca de projetos, principalmente por entender que a individualidade e a opinião de cada um importam muito na decisão de seu voto. Mesmo assim, costumamos orientar que votemos juntos e, normalmente, seguem a orientação.
JC - Há unidade?
CC - Há uma unidade, mas principalmente há diálogo entre nós, que fazemos parte da base. Debatemos sobre as pautas e buscamos soluções. Mesmo nos diálogos paralelos durante as sessões, não deixamos de debater e dialogar sobre temas importantes.
JC - Há concordância total com as proposituras do governo? Nunca surge discordância?
CC - Discordâncias são naturais. Liderança não é imposição, é diálogo. Por isso há ajustes como, por exemplo, ocorreu no Projeto de Lei que criou o Rode Bem. Como resultado, ampliamos a abrangência da Lei e, ao dialogar com o governador Fábio Mitidieri, tivemos a concordância também do governo.
JC - A bancada discute as proposituras do governo antes da votação? É aí que surge o consenso?
CC - O consenso surge do diálogo entre os colegas sobre as proposituras, assim como diálogo com o governo, que se faz muito presente na Assembleia Legislativa, desempenhando um trabalho importante na busca por celeridade nessa conjuntura.
JC - Todos os liderados pelo senhor são aliados do governador?
CC- Eu acredito que sim. Trabalhamos juntos com o governador Fábio Mitidieri, pautados no desenvolvimento de Sergipe e em melhorias necessárias para a população.
JC - A oposição ao governo é pequena na Alese. Ela só faz barulho ou, em algum momento, já causou preocupação?
CC - É necessário existir a oposição para que a democracia seja plena. Não considero as pautas da oposição como barulho, mas também não gera preocupação. Se trazem um fato que realmente necessite de ajuste, inclusive, contam com o nosso intermédio.
JC - A oposição na Alese é conversável? Tem algum oposicionista próximo da bancada governista?
CC - Com certeza! Já demos diversos exemplos disso para a população. Por exemplo: durante as votações da Lei das Diretrizes Orçamentárias, dialogamos com a oposição para o afunilamento das emendas ao projeto, e aprovamos muitos dos pontos por eles apontados. Não é uma questão de proximidade, todos nós dialogamos entre nós. Inclusive, é importante salientar isso: por presidirmos a Comissão de Constituição e Justiça, fazemos questão de pautar projetos de todos os parlamentares, principalmente diante do volume da produção legislativa e dialogamos também com a oposição em diversos momentos. Não somos um mandato de porta fechada e, na Assembleia Legislativa, todos os deputados têm o mesmo peso.
JC - Não há um governista rebelde nesse bloco?
CC - Desconheço qualquer rebeldia. Quando há discordância, buscamos sempre o meio termo.