14/07/2025 as 08:24
ENTEVISTANesta entrevista com o Jornal da Cidade, Nitinho – que em 17 meses de mandato obteve a segunda maior nota sergipana no ranking dos políticos – detalha sua experiência na transição da política municipal para a federal, revela seus projetos legislativos e confirma a intenção de disputar uma vaga na câmara dos deputados como titular.
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Direto ao ponto, Nitinho Vitale (PSD) não poupou críticas à oposição sergipana ao avaliar o cenário para 2026. Para o deputado federal suplente, enquanto os adversários ainda “não têm rg nem cpf”, o governador Fábio Mitidieri já aparece à frente, liderando um “grupo coeso” em direção ao próximo pleito.
JORNAL DA CIDADE - Deputado, como avalia a transição da política municipal para a federal?
NITINHO VITALE – Do ponto de vista político, a experiência na Câmara Federal é um ativo muito importante na minha trajetória. Como conquistei somente a primeira suplência na eleição de 2022, ela só aconteceu em consequência do poder de liderança do governador Fábio Mitidieri (PSD) e da sensibilidade do titular, deputado federal Fábio Reis (PSD). Agradeço aos dois por esta oportunidade extraordinária. Do ponto de vista técnico, o trâmite legislativo municipal segue o modelo federal, respeitando as devidas proporções, a abrangência social e econômica, a exposição nacional e internacional e as divergências ideológicas e regionais, que são muito mais volumosas e intensas. Contudo, com habilidade na técnica legislativa, conversas propositivas e jogo de cintura, é possível estabelecer bons relacionamentos e desenvolver um trabalho eficiente, embora muito mais moroso. O segredo é trabalhar no Poder Central, estando comprometido com os interesses do país sem perder o olhar sensível para as suas raízes, para a sua comunidade. Foi o que eu fiz nestes 17 meses de mandato na Câmara Federal.
JC – Quais as principais diferenças entre ser vereador e deputado federal?
NV – É exatamente a distância da comunidade, o que dificulta o olho no olho, o corpo a corpo. É muito mais difícil fazer o trabalho, a informação, os resultados chegarem ao cidadão.
JC – Como tem sido sua atuação na Câmara dos Deputados?
NV – Em fevereiro de 2025, com apenas 12 meses de mandato federal, recebi a segunda maior nota sergipana no Ranking dos Políticos e apresentei o menor gasto de verbas de gabinete, obtendo o melhor índice de produção legislativa, participação, assiduidade e relevância, o que me rendeu o reconhecimento de Excelência Parlamentar 2024. Comecei com muita dedicação e responsabilidade.
JC – Quais comissões integra e qual o foco do seu trabalho?
NV – Entre 2024 e 2025, integrei comissões temáticas como a da Cultura, do Turismo, do Esporte, da Saúde, da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico.
JC – Há algum projeto de lei de sua autoria que considera mais importante ou gostaria de destacar?
NV – Muitos, deixo mais de 50 em tramitação. Neste curto período, dediquei meu trabalho a apresentar propostas legislativas que tragam soluções aos problemas da sociedade como previdência, segurança, saúde, educação, finanças, cultura popular e turismo. Protocolei o projeto de lei que obriga o INSS a enviar o contracheque impresso ao domicílio dos aposentados; o projeto que obriga os bancos e as instituições financeiras a notificarem previamente descontos consignados; o projeto que insere fundamentos de inteligência artificial no ensino básico; os dois PLs que inserem conteúdos de prevenção à pedofilia e violência sexual infantil no meio digital e o que proíbe a contratação de indiciados pela rede de ensino; o PL que obriga a exibição de advertência de risco de dependência e de idade mínima de 18 anos para apostadores em anúncios de bets; protocolei os PLs que criam uma rede nacional de ambientes seguros para pessoas vulneráveis: idosos, mulheres, crianças neurodivergentes e a comunidade LGBTQIAP+; fiz o PL que dá validade permanente ao laudo médico para fibromialgia; PL que obriga a implantação de placas de sinalização de rotas de fuga em áreas sujeitas a alagamento e enchentes, entre outros. w JC – Se pudesse destacar três prioridades, quais seriam? NV – Não sou o titular, então fiz de cada dia de mandato minha máxima prioridade. Saio da Câmara Federal com a boa expectativa de que meus projetos venham a ser aprovados e tragam resultados positivos para o dia a dia do cidadão.
JC – Como avalia o relacionamento com os demais deputados da bancada sergipana? Há união nas pautas de interesse do estado? NV – Cada parlamentar representa seu segmento da sociedade e chega ao Parlamento defendendo as ideias pautadas pelo cidadão no processo eleitoral. Este é o princípio da democracia. A bancada se une e é totalmente comprometida quando o assunto interessa ao Estado de Sergipe. Neste caso, a palavra de ordem é convergência.
JC – Como o senhor tem direcionado suas emendas parlamentares?
NV – Segui as regras da legislação e, em consonância, respeitei os projetos já atendidos pelo gabinete do deputado Fábio Reis. Pessoalmente, apresentei um pleito por recursos para compra de um aparelho de ressonância magnética para o HUSE; indiquei recursos para calçamento e pavimentação asfáltica em áreas rurais; além de indicação de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, na modalidade Entidades e Cidades, para o interior de Sergipe.
JC – Quais são os critérios para definir as prioridades?
NV – A legislação já estabelece percentuais para áreas de destinação dos recursos, sendo 50% dos recursos direcionados aos serviços públicos de saúde. As demais prioridades são diversas e pautadas pela sociedade em cada município. O parlamentar tem que trabalhar alinhado com a necessidade do cidadão.
JC – Quais considera as principais demandas de Sergipe que precisam de atenção federal?
NV – Na minha percepção, pelo contato que estabeleço diariamente com a população, a maior demanda social em todo Brasil, não somente em Sergipe, é por saúde, segurança, infraestrutura, transporte e educação. É na necessidade social que se precisam concentrar os recursos.
JC – Há algum projeto ou investimento federal específico que está empenhado em trazer para o estado? Por quê?
NV – Como citei, enquanto estive no mandato, fiz um esforço pela liberação de recursos para Saúde, compras de equipamentos médicos e de ambulâncias do Samu. Foram liberadas sete novas para Aracaju e para outros municípios como Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e outros.
JC – Como avalia o atual cenário político de Sergipe? Quais são os principais desafios e oportunidades?
NV – Atualmente, no cenário eleitoral de Sergipe para 2026, o eleitor só tem uma certeza: a foto do governador Fábio Mitidieri na urna. O resto se limita ao campo das especulações. O maior desafio é Fábio ampliar os próprios resultados, o que poderá se converter numa grande oportunidade. Tem tempo para isso e eu estou aqui pronto, preparado e querendo.
JC – Sergipe precisa de renovação política ou os quadros atuais atendem às necessidades do estado?
NV – Sergipe já passou por uma renovação política nas últimas duas eleições. Fábio é uma das inovações da política de Sergipe e isto já se reflete nos resultados na segurança pública, nas grandes obras de infraestrutura, no turismo e na geração de empregos. Fábio é uma inovação e a gestão dele já tem uma marca consolidada.
JC – O senhor pretende disputar a reeleição em 2026? Quais são seus planos políticos?
NV – Tenho compromisso com o projeto do PSD, sou um militante da reeleição do governador Fábio Mitidieri. Ele é o condutor do processo. Tenho interesse em buscar uma vaga de deputado federal, mas ainda aguardo uma conversa com ele para definir o meu caminho.
JC – Há algum nome que considera ideal para o Senado?
NV – Como falei, meu projeto 2026 é Fábio Mitidieri, governador; André Moura, senador; e Nitinho, deputado federal.
JC – Como avalia o cenário que se desenha para as eleições de 2026 em Sergipe?
NV – Enquanto a oposição ainda não tem RG nem CPF, não tem cara nem coração, o sergipano já sabe quem é Fábio Mitidieri, como ele lidera e como ele governa. Ele sai na frente na condução de um grupo coeso rumo a 2026. Esta é a maior oportunidade.