28/10/2025 as 08:34

ENTREVISTA

“Sergipe tem uma oportunidade única de se destacar nacional e internacionalmente como um hub de energia”

Para André Moura, ex-deputado federal e pré-candidato ao senado, do união brasil, esses são os maiores investimentos da história de Sergipe e vão colocar o estado no mapa mundial de energia.

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Por Mayusane Matsunae

Os recentes anúncios de investimentos da Petrobras em Sergipe, que podem consolidar o estado como protagonista da matriz energética e industrial do brasil na próxima década, foram destaque nos últimos dias. Dois projetos gigantescos estão no centro dessa transformação: o avanço do projeto sergipe águas profundas (SEAP), com licitação para dois navios-plataforma cuja soma ultrapassa us$ 8 bilhões, e a reativação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN), em Laranjeiras, prevista para 2026, gerando cerca de 1.400 empregos diretos e indiretos. Para André Moura, ex-deputado federal e pré-candidato ao senado, do união brasil, esses são os maiores investimentos da história de Sergipe e vão colocar o estado no mapa mundial de energia. Por isso, é extremamente importante a atuação firme dos parlamentares sergipanos para destravar os possíveis entraves e acelerar o andamento desses projetos. Acompanhe, a seguir, a conversa que ele teve com o Jornal da Cidade:

JORNAL DA CIDADE - Olhando para o futuro, é possível dizer que a vocação de Sergipe para a energia é inegável e que o gás natural extraído do projeto Seap é a peça- -chave para a transição energética?
ANDRÉ MOURA – Sem dúvida! Embora seja um combustível fóssil, o gás natural emite menos poluentes do que o petróleo e o carvão e serve como uma ponte ideal entre a economia atual e um futuro de fontes renováveis. Nesta próxima década, Sergipe tem uma oportunidade única de se destacar nacional e internacionalmente, não apenas como fornecedor de petróleo, mas como um hub de energia. O gás impulsiona a industrialização e pode financiar a transição para um amanhã mais sustentável. Os empregos gerados na exploração e no entorno – como os milhares de postos de trabalho formais criados ao longo desses anos, fruto das políticas de qualificação e atração de investimentos realizadas pelo governador Fábio Mitidieri – mostram que desenvolvimento econômico e cuidado ambiental podem andar juntos.

JC – Então, a riqueza gerada por esses projetos pode e deve ser o motor para financiar a infraestrutura necessária para que Sergipe se torne também um polo de energia limpa, como a solar e a eólica?
AM – Exatamente. Não estamos apenas garantindo relevância na indústria de combustíveis fósseis; estamos capitalizando nossos recursos naturais para construir uma economia diversificada e alinhada às demandas do futuro, a partir do Plano Estratégico Desenvolve-SE, um planejamento audacioso que visa alavancar a nossa economia. A retomada da Fafen e o Seap vão gerar emprego e renda imediatos, mas também receita para investirmos em infraestrutura, educação e inovação. O governo de Sergipe já usa as receitas atuais para ampliar programas como o Cartão Mais Inclusão, que atende mais de 34 mil famílias, e para climatizar 214 escolas e instalar quase 4 mil aparelhos de ar-condicionado nas unidades da capital e do interior. Esse é o modelo: usar a riqueza de hoje para garantir a relevância de amanhã.

JC – Qual tem sido o papel do seu agrupamento para garantir que esses investimentos saiam do papel e beneficiem os sergipanos? AM – Na Assembleia Legislativa, por exemplo, ajudamos a aprovar projetos de lei para assegurar o ambiente legal que permite ao governo atrair investimentos, garantindo a devida segurança jurídica. Esse alinhamento contou com os deputados do nosso partido, o União Brasil, e é fundamental porque, além dos recursos trazidos pela Petrobras, precisamos de contrapartidas federais – e aí entra a articulação em Brasília. A deputada Yandra Moura tem se destacado nesse diálogo junto aos parceiros do governo e nos ministérios. No plenário da Câmara, ela explicou que, com o Seap, nosso estado deverá produzir 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia a partir de 2026, o que pode representar quase 20% de toda a produção nacional. Ela tem participado de missões internacionais com o governador Fábio Mitidieri, discutindo o projeto com a Petrobras e mostrando que Sergipe está pronto para ser protagonista.

JC – E, além do Seap, a expectativa para a reativação da Fafen também é muito alta.
AM – Isso é verdade. A Fafen é estratégica para a produção de fertilizantes e vital para a economia sergipana se fortalecer. O agronegócio é hoje um setor estratégico para Sergipe. No caso da Fafen, estamos falando de 1.400 empregos diretos e indiretos, de postos qualificados para engenheiros e técnicos e também de oportunidades para fornecedores, restaurantes, comércio, transporte, comunicação… Isso significa mais emprego, renda e oportunidades para todos os sergipanos, especialmente os mais jovens – nas obras, na extração do petróleo e do gás, e também no comércio, que vai vender mais e girar a economia. Mas um projeto desse tamanho não acontece sozinho. Os desafios e as decisões mais estratégicas passam por Brasília. Por isso, aproveito a oportunidade para reforçar que é preciso ter, em Brasília, representantes que conheçam os caminhos, saibam dialogar e unir forças para que o benefício chegue a cada família sergipana, seja na capital ou no interior.